Declaração foi feita em entrevista a rádio e gerou reações duras no mundo árabe; governo israelense condena fala que não é baseada na realidade
O ministro israelense Amichai Eliyahu foi suspenso, neste sábado, de reuniões do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após sugerir que detonar uma bomba nuclear na Faixa de Gaza era uma opção para o governo. O titular da pasta do Patrimônio de Jerusalém fez a afirmação em um programa de rádio local.
A declaração repercutiu imediatamente nos países árabes. A Arábia Saudita condenou a fala do ministro israelense, e afirmou que ela é um exemplo do "extremismo e da brutalidade" do gabinete ministerial de Netanyahu, que comandava o país, até o início da guerra contra o Hamas, à frente de uma coalizão de extrema direita. Após os ataques terroristas do grupo palestino, foi formado um governo de coalizão com representantes de partidos da oposição.
Eliyahu, que é de extrema direita, foi questionado na entrevista a uma rádio israelense se o uso de uma bomba nuclear para Israel "destruir o Hamas" que controla a Faixa de Gaza, era uma possibilidade. Ele respondeu que era "um caminho".
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Antes, ele já havia afirmado, na mesma entrevista, que oferecer ajuda humanitária aos habitantes de Gaza era um "erro" e que não existiam "não-combatentes" no território palestino. Eliyahu apoia o projeto de retomada de assentamentos israelenses no enclave. E afirmou, quando questionado sobre onde viveriam os palestinos da Faixa de Gaza, que "podem ir para a Irlanda ou para algum deserto".
Pelas redes sociais, o governo israelense afirmou que as declarações do ministro "não são baseadas na realidade". "Israel e as FDI operam de acordo com os mais elevados padrões do direito internacional para evitar ferir inocentes", diz ainda a nota publicada no X, antigo Twitter. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que as declarações de Eliyahu eram "infundadas".
O líder da oposição israelense, Yair Lapid, pediu a demissão do ministro. "A presença de radicais no governo põe em perigo a nós e aos objetivos da guerra: derrotar o Hamas e resgatar todos os reféns", escreveu no X.
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Eliyahu, que comanda um ministério deslocado do Comando de Guerra de Israel, voltou a se manifestar sobre a questão pelas redes sociais: "É claro para todas as pessoas sensatas que a afirmação sobre a bomba é metafórica. No entanto, é definitivamente necessária uma resposta forte e desproporcional ao terrorismo, que irá deixar claro aos nazistas e aos seus apoiadores que o terrorismo não vale a pena".
Fonte: O Globo