Vida que segue. Ou melhor: mortandade que avança
Desde que permita a entrada de alguns caminhões todos os dias na Faixa de Gaza com alimentos, água e remédios para os 2,3 milhões de palestinos que ali vivem (combustíveis, não), Israel pode sentir-se rigorosamente à vontade para continuar com os bombardeios.
É só o que exigem as maiores potências do mundo Ocidental, doces ovelhas dos Estados Unidos. Verdade que umas poucas sugerem uma trégua na guerra, mas apenas uma trégua, de modo a não criar restrições ao sacrossanto direito de Israel à defesa.
Como seria, digamos, se Israel, uma vez atacado primeiro, estivesse a bombardear a Arábia Saudita, país cujas reservas comprovadas de petróleo são supostamente as segundas maiores do mundo, estimadas em 2017 em 268 bilhões de barris?
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Eram sauditas os terroristas da Al Qaeda, comandada à época por Bin Laden, que sequestraram quatro aviões no 11 de setembro de 2001 e jogaram três sobre as Torres Gêmeas de Nova Iorque e as instalações do Pentágono em Washington.
Por coincidência, parte da família real saudita estava nos Estados Unidos. O avião que a transportava foi o único autorizado a decolar quando o governo americano fechou o espaço aéreo do país. O Afeganistão foi o primeiro alvo da guerra contra o terror.
O segundo alvo foi o Iraque do ditador Saddam Hussein, deposto, capturado e enforcado. Os Estados Unidos disseram que os talibãs no Afeganistão davam abrigo à Al Qaeda, e que o Iraque acumulava armas de destruição em massa. Duas mentiras.
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O Conselho de Segurança da ONU deverá reunir-se mais uma vez para cobrar um cessar-fogo a Israel e ao Hamas. Dará em nada. Vida que segue. Ou melhor: mortandade que avança.
Fonte: Metrópoles