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03/02/2023

Brasileiro mantém a mais longa vigília do mundo na Casa Branca há 41 anos

Foto: Reprodução

Um protesto contra as armas nucleares se transformou na vigília mais longa do mundo. Hoje, um brasileiro lidera os turnos. Conheça o protesto!

A vigília mais longa do mundo ainda está acontecendo em Washington, capital dos Estados Unidos, e é chefiada por um brasileiro, que protesta pacificamente há mais de 41 anos com um grupo de voluntários.

 

Não existe tempo ruim para eles, que se revezam todos os dias em longos turnos para manter o local em pé. Mesmo em janeiro, quando as temperaturas americanas chegam a 0ºC, os protestantes se mantêm resistentes. Hoje, são os vizinhos mais próximos, e mais longevos, da famosa Casa Branca.

 

Uma lona improvisada, bandeiras e cartazes decoram o que é a vigília mais longa do mundo ainda em atividade. E quem a comanda é um senhor na casa dos 60, já grisalho e nascido brasileiro.

 

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Philipos Melaku-Bello é o líder por trás do maior protesto ininterrupto do mundo. Os cálculos indicam mais de 15 mil dias dividindo a moradia com o homem mais poderoso do mundo, que mora há alguns metros para dentro dos portões de ferro.

 

A causa, que começou como um protesto singelo, ganhou força e adeptos ao longo de quatro décadas. Hoje, é a vigília com maior duração, atualmente.

 

COMO A VIGÍLIA MAIS LONGA DO MUNDO COMEÇOU?

 

 

A vigília mais longa do mundo começou em 3 de junho de 1981, criada pelo ativista William Thomas. Ele se posicionou diante da casa do presidente com um cartaz que dizia “Wanted: wisdom and honesty” (em português, “Procura-se: sabedoria e honestidade”). Os escritos originais ainda estão pendurados na barraca, atualmente.

 

Esse era um protesto contra as armas nucleares, que começaram a ser produzidas e se popularizam na época da Guerra Fria. No entanto, nem todos apoiavam as políticas bélicas do país, e um dos protestos foi criado por William.

 

No entanto, o ativista acabou ficando na frente da Casa Branca, e se tornou um hóspede fixo. E não apenas pela ideologia, mas também pela necessidade. Isso porque a legislação americana permite acampamentos de protesto somente se estiver ocupado 24 horas por dia, 7 dias por semana. Caso contrário, o Serviço Secreto pode derrubá-lo.

 

Por isso, William reuniu um grupo de voluntários para ajudar nas ocupações a favor da paz e outras temáticas que chamam a atenção. Em 1984, o jovem Philipos entrou para a equipe de revezamento, começando sua história com a vigília mais longa do mundo.

 

William morreu em 2009, e outra liderança importante da equipe, Concepción Picciotto, também se foi em 2016. Inclusive, ela aparece no livro dos recordes, o Guinness Book, como a pessoa que permaneceu mais tempo, individualmente, em uma vigília.

 

Foi quando Philipos, até então professor de estudos anarquistas e revolucionários, assumiu a equipe e se tornou o rosto do protesto.

 

O BRASILEIRO NA VIGÍLIA MAIS LONGA DO MUNDO

 

Philipos Melaku-Bello não relevou detalhes sobre seu local de nascimento, somente que morou em Manaus até os 3 anos. No entanto, as ideologias da sua família fez com que se mudassem com frequência.

 

Agora, assumiu as responsabilidades da vigília mais longa do mundo morando nos Estados Unidos, seguindo os passos dos pais, em uma jornada de paz e amor.

 

Falando para a mídia, Philipos diz que viveu diversos governos, e o presidente Bill Clinton foi o seu favorito. Além disso, já recepcionou quatro líderes diferentes, e encontrou muitos outros no tribunal.

 

Em Washington, atualmente sua rotina é planejada em torno dos turnos de ocupação, para manter a vigília mais longa do mundo em pé. Segundo informações, durante a semana os voluntários permanecem cerca de seis horas, chegando a catorze nos fins de semana. Existem mais 3 pessoas que revezam com ele.

 

Durante o horário, ele trabalha para chamar atenção e recebe as doações de simpatizantes e turistas. Esses valores garantem que o protesto continue sobrevivendo, e existem dados que a coleta diária fica, em média, na base de 65 dólares, equivalente a 330 reais.

 

Atualmente, existem diversos protestos ocorrendo na mesma vigília, em prol dos direitos humanos. As reinvindicações deixaram de ser sobre armas, e também incluíram a crise climática, a defesa da Palestina, a taxação de bilionários, o apoio ao movimento Black Lives Matter e contra a pena de morte.

 

MOMENTO BRASILEIRO

 

Fotos: Reprodução

 

Na vigília mais longa do mundo, uma bandeira do Brasil se destaca do lado de fora da barraca ocupada por Philipos. De origem brasileira, ele incluiu a imagem para saudar o presidente Lula em sua posse como presidente.

 

Isso irritou alguns simpatizantes bolsonaristas, que passam e acabam ‘torcendo o nariz’, como conta o ativista. No entanto, ele demonstra que sabe português, e arrisca um “boa tarde” para os protestantes contra a causa.

 


VIA CORREIO DA AMAZÔNIA

 

Também tece críticas ao ex-presidente do governo anterior, Jair Bolsonaro, que “transformou a Amazônia numa fogueira e declarou guerra contra as minorias”, relata Philipos. Por isso, nos Estados Unidos, os ativistas já sabem quem ele é, e opinam por um julgamento internacional por crimes contra a humanidade.

 

PIOR ÉPOCA

 

Enquanto segue a entrevista, Philipos relembra algumas das piores épocas para ser ativista na vigília mais longa do mundo. Ele falou sobre as quatro décadas vividas, incluindo dias de chuva e furacões, H1N1 e coronavírus.

 

Além disso, falou sobre um período em 1994, quando uma nevasca tomou conta de Washington e ele ficou na barraca, com uma sensação térmica de -57ºC.

 

Enquanto isso, o escuro e a dificuldade de locomoção, com sua cadeira de rodas, tornam os períodos de protesto pacífico um pouco mais difíceis quando idoso.

 

Mas o ativista supera esses momentos nos dois ônibus de viagem que pega até sua segunda moradia. Atualmente, passa mais tempo na barraca do que no próprio quarto.

 

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Por isso, ele fala sobre uma nova geração para assumir o protesto. Quer que continue sendo a vigília mais longa do mundo, mas com jovens que possam seguir com a ideia. Essa ideologia, que já se tornou um meio de vida, não pode morrer.

 

Fonte: Fatos Desconhecidos

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