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10/07/2020

Caso do acidente com naja: como criar uma cobra em segurança?

Foto: Reprodução / YouTube

Cobra naja que picou Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul

 O estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22, está em estado grave, no Distrito Federal, após ter sido picado, na última terça-feira (7), por uma cobra do tipo naja que mantinha em sua casa como animal de estimação.

 

Na tentativa de salvar a vida de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, a família importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico extremamente raro que estava previsto chegar ao Brasil nesta quinta-feira (9). As únicas doses disponíveis estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Todo o estoque disponível foi enviado ao Distrito Federal, mas a quantidade se mostrou insuficiente.

 

Segundo a veterinária Valéria Teixeira, a naja integra a lista das serpentes mais venenosas do mundo. “Trata-se de uma espécie de serpente da família Elapidae, cujo veneno é altamente tóxico para os seres humanos”, afirma.

 

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Os efeitos de sua picada geralmente são fatais e podem levar à morte em questão de minutos. “O veneno da naja é neurotóxico, e, afeta, portanto, sobretudo a área neurológica do organismo. Pode ocorrer a paralização dos músculos e até mesmo do coração, levando à morte. Pode haver também a morte dos tecidos. Nestes casos, a área onde a pessoa foi mordida pode ficar inchada e necrosar. Há a possibilidade de sangramento. É um acidente muito grave”, diz.

 

A partir de dezembro de 2011, a gestão da fauna em cativeiro, que até então era atribuída ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), passou a ser delegada aos Estados por meio da Lei Complementar 140/11.

 

Com isso, foi criada a “Lista Pet”, um documento no qual constam os animais silvestres domésticos permitidos por lei. A cobra do tipo naja, assim como qualquer outra espécie de animal peçonhento, não faz parte dessa lista.

 

De forma geral, a especialista afirma que cobras não venenosas e criadas em cativeiro não representam um risco aos seres humanos, tanto em termos de segurança quanto de saúde. “Esses tipos de cobras não costumam ser agressivas. Desde que sejam bem alimentados e mantidos em condições de higiene adequadas, o risco de acidentes é baixo. O cuidado que se tem com uma cobra é o mesmo que se deve ter com um cachorro ou qualquer outro animal”, afirma.

 

Caso se sintam ameaçadas, no entanto, as cobras podem partir para o ataque. Diferentemente das serpentes peçonhentas, que “dão o bote”, em um movimento de vai-e-vem, as cobras criadas como animais de estimação, que pertencem ao grupo das constritoras, fincam seus dentes na presa.

 

Como agir diante de um ataque?


Para que os dentes se desprendam, é preciso tomar alguns cuidados. “O mais importante é não puxar a cabeça, senão pode rasgar a pele. Deve-se segurar a cobra pela cabeça. Com isso, você consegue mantê-la parada no lugar. O processo também ajuda com que ela vá soltando os dentes. Vale ressaltar que não se deve pressionar. Caso o faça, ela pode ficar estressada e morder com mais força. Em paralelo a isso, deve-se borrifar álcool na boca da cobra. O produto é irritante ao animal e vai fazer com que ele desprenda os dentes aos poucos”, diz. Em seguida, a pessoa deve ser encaminhada a um hospital.

 

Alimentação


Os animais devem ser alimentados conforme têm fome, que é influenciada por diversos fatores, como idade e tamanho do animal, além de temperatura e tamanho do ambiente. Os bichos se alimentam sobretudo de filhotes de galinha – os chamados “pintinhos” –, ratos, camundongos e codornas, mas podem comer também animais maiores, como galinhas e coelhos.

 

Uma dica da especialista para evitar ataques é não alimentar a cobra no mesmo recinto onde ela dorme. “Se você fizer isso, sempre que você abrir o terrário, ela vai achar que será alimentada, e consequentemente, ficará estressada.”

 

Limpeza do recinto


A limpeza do recinto deve ser feita de forma primorosa para manter a boa saúde do animal, que dependem do meio ambiente para manter sua temperatura e umidade. Os humanos, no entanto, não têm muito com o que se preocupar. “São poucas as doenças que são transmitidas das serpentes para pessoas. Os cuidados são os mesmos que se tomaria com qualquer outro animal de estimação, como higienizar as mãos após ter contato direto com o bicho", afirma.

 

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Os recintos devem ser limpos com produtos à base de cloro ou quaternário de amônia na medida em que se perceber sujeira, que podem ser fezes, urina ou restos da pele. Há de se tomar cuidado com mofos e o surgimento de fungos. O ideal é colocar o recinto no sol – sem o animal dentro – para facilitar a secagem.

 

R7

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