Cientista trabalha em laboratório de Wuhan, na China, em 2017
A China admitiu neste sábado (9) que a Covid-19 revelou "lacunas" em seus sistemas de saúde e prevenção de doenças infecciosas, no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, critica a gestão do país sobre a crise.
O país asiático foi o primeiro a ser afetado pela epidemia no fim de 2019. A grande cidade de Wuhan (centro), considerada o foco inicial do novo coronavírus, foi particularmente afetada, com hospitais sobrecarregados, testes indisponíveis, enfermos não detectados ou falta de material.
Vários médicos de Wuhan que alertaram sobre o novo vírus foram criticados e acusados de propagar boatos.
"A luta contra a epidemia de Covid-19 representa um grande teste para o sistema e as capacidades de governança do país", admitiu neste sábado Li Bin, vice-ministro chinês da Saúde.
Veja também
China bloqueia respiradores comprados pelo governo de São Paulo
Trump: não podemos manter país parado durante anos, temos de reabrir economia
"Também revelou que a China ainda tem lacunas em seus sistemas e mecanismos de prevenção e de controle de grandes epidemias e em seu sistema de saúde pública", disse o vice-ministro em uma entrevista coletiva em Pequim.
O presidente chinês Xi Jinping já havia utilizado frases similares em fevereiro.
Acusações dos EUA
As declarações deste sábado acontecem no momento em que o governo dos Estados Unidos acusa a China de ter ocultado informações e de ter administrado a crise de maneira equivocada.
A epidemia "deveria ter sido detida na China", afirmou Trump durante a semana, entre outras acusações.
Vários países, como França, Alemanha ou Reino Unido, também fizeram um apelo para que o governo chinês demonstre mais transparência na gestão da epidemia.
Na sexta-feira, a China afirmou que apoia a criação, após o fim da pandemia, de uma comissão dirigida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar "a resposta mundial" ao novo coronavírus.
Mais de 80 mil pessoas foram contaminadas pelo coronavírus na China e 4.633 morreram, de acordo com o balanço oficial mais recente.
G1