Pesquisadores japoneses desenvolvem pedaço de frango de 11 gramas usando método artificial de multiplicação de células
Em estudo publicado na revista Trends in Biotecnology na quarta-feira (16/4), pesquisadores japoneses detalham a técnica que criaram para produzir o maior pedaço de frango já cultivado em laboratório até o momento: um filé do tamanho de um nugget, com 7 cm de comprimento e 11 gramas.
“Não é comestível”, ressaltaram os cientistas em comunicado sobre o mais recente avanço na criação de carnes de laboratório. Embora o produto seja frango no nível celular, o micro filé ainda é uma peça de estudo foi criado em laboratórios da Universidade de Tóquio.
O projeto, liderado pelo engenheiro Shoji Takeuchi, utilizou um sistema circulatório artificial que irrigou células artificialmente produzidas. Com o sistema, foi possível distribuir nutrientes e oxigênio às células de forma semelhante à da alimentação, permitindo um crescimento tridimensional e em uma proporção inédita na produção de alimentos sustentáveis.
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Embora use células artificiais de frango e pareça com um frango, o nugget ainda não é comestível por usar materiais não alimentícios que permitem gerar uma estrutura formatável e grande. Ainda assim, para os pesquisadores, o protótipo demonstra a viabilidade técnica de produzir carne de laboratório no futuro.
“É uma conquista extraordinária da engenharia”, avalia o cientista Mark Post, criador do primeiro hambúrguer de laboratório em 2013, que não participou da pesquisa japonesa.
Foto: Reprodução/Trends in Biotecnology
Diferente de métodos que montam pequenos fragmentos celulares, a nova técnica cultiva peças inteiras, preservando textura e estrutura muscular. O segredo está nas fibras ocas que imitam vasos sanguíneos, distribuindo nutrientes uniformemente através delas, e que pode ser posteriormente removida.
O sistema robótico conseguiu produzir matrizes com 1.125 fibras, gerando mais de 10 gramas de tecido. Embora a carne cultivada já seja consumida em pequenas iniciativas de teste pelo mundo, ela costuma vir em pequenos pedaços, já que a produção de peças inteiras permanecia um obstáculo. “Distribuição eficiente de oxigênio era nosso maior desafio”, explica Takeuchi.
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O novo método reduz a necrose celular e melhora a formação de proteínas musculares. A tecnologia promete revolucionar indústrias alimentícia e médica. Além de carne cultivada, o sistema pode fabricar tecidos para transplantes no futuro. Pesquisadores trabalham agora com materiais comestíveis e processos mais sustentáveis para aproximar a inovação do mercado.
Fonte: Metrópoles