O gene p53 e a enzima telomerase auxiliam os morcegos a conservar a reprodução celular saudável e evitar mutações que causariam câncer; veja
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Rochester (nos EUA) publicaram um estudo na Revista Nature que cita hipóteses de como o organismo dos morcegos evita o câncer. A análise é fundamental porque esses mamíferos voadores têm uma expectativa de vida de até 40 anos.
A pesquisa descobriu que inúmeras espécies de morcegos detém um mecanismo fisiológico conveniente: esses animais criam múltiplas cópias do p53, que é uma espécie de ‘gene supressor‘ de tumores.
Em outras palavras, quanto mais cópias deste gene existirem, maior será a habilidade do organismo em resistir ao desenvolvimento de tumores cancerosos, visto que as mutações gênicas no p53 estão ligadas a maioria de todos os tipos de cânceres humanos. O estudo pode ser lido na íntegra aqui. Para título de comparação, os humanos têm apenas uma única cópia do gene p53; ao contrário dos elefantes, que resguardam um estoque de até 20 cópias, segundo o Science Alert.
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Explicando simplificadamente, uma das funções que tornam o gene p53 útil no combate ao câncer é o fato de que ele suprime a reprodução celular (dentro de critérios específicos). O câncer, por outro lado, depende da reprodução celular descontrolada para se espalhar; então, se o p53 previne essa reprodução desenfreada, é muito mais difícil para um câncer se desenvolver.
Contudo, o excesso de genes p53 também não é o ideal, visto que isso causaria malefícios ao organismo. Por isso, os morcegos tem uma enzima importante para complementar esta equação: a telomerase. A telomerase age, dentre outras formas, balanceando o poder do gene p53 em parar a reprodução celular: ela permite que as células continuem seu processo de proliferação.
Foto: Reprodução
Desta forma, o organismo dos morcegos entra em equilíbrio, pois o p53 garante que a reprodução descontrolada de células não ocorra ao passo que a telomerase permite que as células necessárias e saudáveis ainda possam se proliferar numa quantidade adequada. No todo, o gene e a enzima atuam numa parceria para regular a ação um do outro.
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Estudar este tema também é importante para a evolução dos tratamentos de câncer em humanos: detalhar esse processo do organismo dos morcegos pode, futuramente, servir para o desenvolvimento de terapias medicamentosas que irão desacelerar ou destruir eficientemente as células cancerosas.
Fonte: Olhar Digital