Provavelmente, as serpentes estão entre os animais que mais despertam o imaginário das pessoas.
Você por acaso já ouviu falar em serpentes que hipnotizam? E de cobras que mamam? Talvez então na jiboia com “bafo” venenoso? Pois é. Essas são só algumas lendas que se popularizaram aqui no Brasil. O fato é que a importância das serpentes vai muito além do misticismo.
Na medicina por exemplo, o veneno da cobra é usado na produção de medicamentos. Na ecologia, ela é responsável por controlar a população de outros animais incluindo pragas, como ratos.
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A bióloga Gabriela Mariano Tomé, formada pela Universidade Estadual do Norte do Paraná, reuniu tudo sobre as características de diferentes espécies de serpentes que ocorrem no estado de São Paulo (SP), além de alimentação, reprodução e outras curiosidades, incluindo as que muita gente acredita ser verdade, mas não são.
Com muita pesquisa e todas as informações em mãos, a pesquisadora criou um manual ilustrado com a proposta de ajudar professores que dão aula para o Ensino Fundamental e Médio sobre as cobras, mas que pode ser adaptado para todos os níveis de ensino, e também utilizado diretamente por todos que estejam interessados em aprender mais sobre o universo das serpentes.
O Manual contém cinco Oficinas de Ensino, que podem ser aplicadas da maneira que o professor preferir, adaptando o conteúdo de acordo com a realidade dele e de seus alunos.
“A parte teórica e prática é destinada a alunos do Ensino Fundamental IIe Médio, mas é aplicável também em outros públicos que se interessem em estudar esses animais de maneira dinâmica e divertida”, diz Gabriela.
SERPENTES CARREGAM MITIRCISMO
O Brasil não é o único lugar com lendas sobre as cobras. "Na China, esses animais são símbolo de sabedoria e sensualidade. Já na Grécia representa regeneração e cura.
No budismo indica ascensão espiritual e superação de desafios. A bióloga ainda explica que algumas crenças podem, ainda, ser levadas para as salas de aula para trabalhar a morfologia e a fisiologia das serpentes”, conta ela.
“No manual, eu explico sobre vários mitos, como por exemplo o da cobra que ‘mama’, do chocalho da Cascavel que muita gente acredita revelar a idade das serpentes e até da espécie popularmente conhecida como Urutu. Ela leva fama de que ‘se não mata aleija’, por isso desperta medo em tantas pessoas”, afirma.
Outros folclores como das cobras que hipnotizam e do bafo da jiboia, estão no guia. “Além é claro, de toda a parte que envolve a troca de pele, alimentação, veneno, e tantas outras características e hábitos desse réptil.
SOBRE O MANUAL
A ideia de criar um manual surgiu quando Gabriela estava escrevendo seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). “A ideia inicial era preparar um guia de anatomia e histologia de serpentes, ou seja, da ciência que estuda as células e tecidos de algumas espécies de cobras”, relembra.
Mas ao longo de várias pesquisas e encontros com sua orientadora de projeto, foram surgindo outras questões. “Começamos a sobre alimentação, dentição e mitos envolvendo as serpentes, com isso eu fui montando o manual com a parte teórica e prática onde o professor pode aplicar em sala junto com os alunos”, explica ela.
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A parte de anatomia e histologia foi desenvolvido na universidade com o auxílio do laboratório de zoologia e morfologia. “E a última oficina foi pensada como uma revisão de todo o conteúdo, com isso eu trouxe um jogo que eu ensino como montar para os professores passarem o conteúdo interagindo com a turma.”, conta.
Fonte: G1
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