Especialista reforça a importância do prazer feminino e esclarece as principais questões sobre o assunto
O conceito de prazer feminino tem evoluído nos últimos anos. No entanto, o assunto sexo ainda pode ser considerado tabu entre as mulheres e, por isso, o conhecimento sobre ele é necessário — mas nem sempre comum.
Para esclarecer coisas que todas as mulheres devem saber sobre sexo, a seguir, Anamarya Rocha, sexóloga e ginecologista da clínica JK Estética Avançada, relembra que por muitos anos a prática era considerada exclusivamente para fins de procriação.
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SEXO É PRAZER E LIBERDADE SEXUAL
A profissional pontua que, especialmente pelo avanço dos métodos contraceptivos, é claro o equívoco do conceito passado. Assim, não é necessário almejar uma gravidez para ter uma vida sexual ativa e, para isso, é possível escolher, conforme as especificidades e desejos de cada uma, a melhor forma de contracepção.
Além disso, Anamarya destaca a importância da liberdade sexual. “As relações afetivas não precisam necessariamente ser com pessoas de sexos opostos, nem apenas com a finalidade da procriação”, reforça, ponderando o prazer com pilar da prática.
ORGASMO TAMBÉM É COISA DE MULHER
“É fato que toda a estrutura social sempre colocou o sexo masculino em vantagem, inclusive pelo desconhecimento, até pouco anos, da anatomia do clitóris e, consequentemente, do prazer feminino”, diz a sexóloga.
Ainda, mulheres, diferentemente dos homens, por questões culturais, sociais, psicológicas, hormonais, religiosas e anatômicas, não têm a mesma facilidade para atingir o orgasmo. No entanto, isso não deve ser impedimento para chegar lá.
“Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) aponta que 55% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo durante a relação sexual. Isso, certamente, está relacionado ao fato de que muitas ainda acreditam que o orgasmo é obtido através da penetração, entretanto, a maioria só chega ao orgasmo com a estimulação clitoriana”, informa a médica.
HOMENS E MULHERES TÊM CONCEITOS DIFERENTES SOBRE SEXO
Anamarya garante que homens e mulheres tendem a ver o sexo de forma diferente. “Para elas, a questão é mais abrangente que uma relação com penetração. Na verdade, a autoestima, a confiança, as consequências do ato sexual, a vergonha, o medo, as pressões sociais, as memórias negativas relacionadas ao sexo, entre outros elementos, influenciam a experiência sexual das mulheres”, completa.
Portanto, em relações a dois (ou mais), é importante considerar um conjunto de atos para estimular o prazer feminino antes do ato. Para isso, além da masturbação, parceiros(as) podem investir em elogios, ambientes instigantes, mensagens ousadas, músicas sensuais e quaisquer outros detalhes que possam favorecer a experiência da mulher.
AUTOCONHECIMENTO É A CHAVE DO PRAZER
Segundo a sexóloga, o autoconhecimento é a principal ferramenta que mulheres têm para uma prática sexual prazerosa. “A partir do momento que a mulher conhece seu corpo e suas zonas erógenas, pratica suas fantasias sexuais sem medo de questionamentos, faz sexo pensando não apenas no prazer do parceiro, mas também no seu, e está segura com quem pratica a atividade sexual (fator muito mais relacionado à liberdade sexual do que com o tempo em que está com o(a) parceiro(a)), ela consegue fazer sexo da maneira mais prazerosa que existe”, pontua a profissional.
Sendo assim, a orientação é praticar o amor próprio. Para isso, se olhe no espelho e foque nas coisas que mais aprecia em seu corpo e se toque sem medo, se estimule para conhecer o que te dá prazer.
“A mulher precisa saber que o sexo deve ser feito como uma atividade excitante, em que seu desejo para praticá-lo deve predominar. Quanto menos obrigação ela tiver de fazê-lo, mais prazer ela terá. E isso é possível quando ela conhece seu corpo e se sente livre de julgamentos para ter um sexo de qualidade”, afirma Anamarya.
CONSENTIMENTO É PRIMORDIAL EM QUALQUER RELAÇÃO
Foto: Reprodução
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Ter relações e realizar fantasias sexuais são extremamente saudáveis. Contudo, todas as práticas devem ter consentimento mútuo, visto que qualquer ato forçado é considerado crime de violência sexual e deve ser denunciado.
Fonte: Revista IstoÉ