O autor da descoberta, Kai Ly, revisitou dados captados pelo Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT) quando os satélites do planeta estavam mais brilhantes
Júpiter tem 79 luas conhecidas, segundo a União Astronômica Internacional (IAU), mas o gigante gasoso esconde muitos outros satélites que ainda não foram descobertos e oficializados.
O astrônomo amador Kai Ly detectou um desses objetos desconhecidos com dados de 2003 do Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT), localizado no Havaí.
O achado é um desdobramento de outra façanha de Ly, que em 2020 “redescobriu” duas luas de Júpiter, permitindo recalcular as órbitas de quatro dos satélites jovianos.
Veja também
Raro peixe-lua é encontrado morto em praia nos EUA
Você sabe quanto custa uma viagem ao espaço? Confira valores
No último mês de junho, ele revisitou os dados, focando-se em 24 de fevereiro de 2003, quando o planeta estava em oposição – isto é, alinhado com a Terra e o Sol.
Na ocasião, os satélites do objeto ficaram mais brilhantes, facilitando a observação. Os registros indicaram assim três luas potenciais se movendo entre 13 e 21 segundos de arco por hora durante a noite. Entretanto, Ly só conseguiu localizar um dos astros, que foi batizado temporariamente de EJc0061.
Então, com informações suficientes para rastrear a órbita da lua, o astrônomo amador detectou o satélite em uma posição prevista por imagens do Telescópio Subaru, do CFHT e do Observatório Interamericano de Cerro Tololo, obtidas até o início de 2018.
O entusiasta descobriu que a nova lua apresenta magnitude estimada entre 23,2 a 23,5, o que significa que ela tem brilho muito baixo. Isso porque, nessa escala, quanto menor o número, maior é o brilho. Por exemplo: Vênus, o segundo objeto mais brilhante do céu, tem magnitude de -3,8.
Além disso, o astrônomo amador obteve, no total, 76 observações por um período de 15,2 anos, demarcando bem a lua recém-descoberta. Ly contou ao site Sky and Telescope que sua caça aos satélites de Júpiter é fruto de "um hobby de verão” que ele tinha há anos, e costumava exercê-lo “antes de voltar para a escola".
David Thlen, da Universidade do Havaí, acredita que as informações captadas pelo amador são suficientes para comprovar que a descoberta de uma lua do planeta gasoso. “Seria quase impossível artefatos caberem em uma órbita jovicêntrica em tantas noites diferentes usando câmeras diferentes”, explica Tholen.
Fonte: Galileu