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09/04/2024

Como eclipses solares podem afetar o cérebro e aproximar as pessoas

Foto: Reprodução

O dia é 28 de maio do ano 585 a.C., na atual Anatólia, na Turquia

O dia é 28 de maio do ano 585 a.C., na atual Anatólia, na Turquia. Os medos, um povo antigo que vivia onde hoje fica o Irã, e os lídios – um reino no sul da atual Turquia – vêm lutando há seis anos. O historiador grego Heródoto (485-425 a.C.) conta que a guerra mostrava poucos sinais de estar chegando ao fim e nenhum dos lados fazia progressos significativos.

 

Seria preciso um eclipse solar para pôr fim ao banho de sangue.Talvez não observemos uma reação tão dramática ao eclipse total que passa pela América do Norte em 8 de abril deste ano, mas pesquisas recentes indicam que ele pode causar fortes impactos sobre a nossa psicologia, evocando o nosso deslumbramento.

 

Existem poucos eventos que despertem mais o nosso deslumbramento do que a série de coincidências celestiais que nos permite experimentar o eclipse solar total. A Lua precisa estar no tamanho correto, na distância exata da Terra e na órbita certa para passar em frente ao Sol e bloquear totalmente a sua luz por alguns momentos.Presenciar esse evento surpreendente pode nos inspirar a encontrar mais humildade e cuidado pelos outros, segundo as pesquisas.

 

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"As pessoas podem ser mais cooperativas – elas podem dizer que têm laços sociais mais fortes com os outros e se sentir mais conectadas à sua comunidade", afirma o psicólogo Sean Goldy, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que pesquisou os efeitos psicológicos do eclipse de 2017.Depois de ter sido desprezado por muito tempo no setor de estudos científicos, o deslumbramento está cada vez mais na moda nas últimas duas décadas.

 

Duas pessoas observam eclipse a partir da praia

 

Ele é definido como uma sensação de assombro e admiração, acionada pela percepção de vastidão que nos faz sentir comparativamente pequenos."É uma emoção que você sente quando percebe que algo é vasto e desafia sua visão de mundo", explica a psicóloga Jennifer Stellar, da Universidade de Toronto, no Canadá. "É a sensação que você tem sobre um objeto ou pessoa que é tão extraordinária que está além da compreensão."

 

O psicólogo Dacher Keltner, da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, escreve no seu livro Awe ("Deslumbramento", em tradução livre) que a sensação de deslumbramento pode acalmar a "voz persistente, autocrítica, arrogante e preocupada com o status do nosso eu, ou ego" e nos permite "colaborar, abrir a mente para as maravilhas e observar os padrões profundos da vida".

 

É uma grande premissa, mas Keltner e seus colegas acumularam muitas evidências para sustentá-la.Em um experimento de laboratório típico, os psicólogos podem pedir aos participantes que observem vídeos de fenômenos naturais que inspirem o deslumbramento e, em seguida, preencher questionários e realizar tarefas para medir eventuais alterações da mentalidade e do comportamento.Vamos tomar como exemplo um estudo de 2018 que examinou os efeitos do deslumbramento sobre a humildade.

 

Com óculos, pessoas observam eclipse

 Fotos: Reprodução

 

A equipe de pesquisa pediu que a metade dos participantes assistisse a um vídeo curto que se afastava lentamente da Terra em direção ao espaço sideral. Os demais assistiram a um clipe relaxante que ensinava a construir uma cerca.

 

Em seguida, os pesquisadores pediram aos dois grupos que passassem dois minutos escrevendo, em primeiro lugar, sobre suas qualidades e, depois, sobre suas fraquezas.Confirmando a hipótese inicial, os participantes que haviam assistido ao vídeo espacial estavam mais propensos a sentir admiração e, nas suas declarações pessoais, eles relataram significativamente menos qualidades antes de descreverem suas fraquezas – um sinal de humildade.

 

Em outro estudo do mesmo documento de pesquisa, os pesquisadores pediram a um terço dos seus participantes que relembrassem um momento em que eles sentiram admiração. terço relembrou um momento em que eles se divertiram com algo engraçado e os restantes relembraram uma saída corriqueira para fazer compras.

 

Em seguida, os participantes responderam a uma série de questões para determinar, em escala de 0 a 100%, o quanto diversos fatores haviam colaborado para suas realizações na vida. Estes fatores incluíam seus próprios talentos ou forças externas, como a sorte ou Deus.Você poderá esperar que alguém mais humilde seria mais propenso a reconhecer essas forças externas – e foi exatamente o que os pesquisadores descobriram para os participantes que foram incentivados a sentir deslumbramento

 

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"Isso faz sentido se o deslumbramento reduzir sua autoimportância e seu foco em si mesmo", afirma Stellar, que foi a principal autora do documento."O nosso ego orienta nossas percepções e tomada de decisões, mas quando você sente uma emoção transcendente como o deslumbramento, ele diminui o poder que tem sobre você", segundo ela. 

 

Fonte: Mundo Tec

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