Tropa mantém tradição centenária e exige uma série de requisitos para novos soldados
Por trás do uniforme colorido, a Guarda Suíça coleciona mais de 500 anos de história. Os oficiais que integram a tropa chamaram a atenção durante o funeral do papa Francisco, que continua aberto ao público nesta quinta-feira (24).
Quatro soldados estão posicionados ao lado do caixão de Francisco, dentro da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Eles usam um traje azul, vermelho e amarelo, além de um capacete preto com penas vermelhas. Cada oficial segura uma arma chamada alabarda.
A presença da Guarda Suíça no funeral do papa não é apenas uma tradição.
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Os oficiais fazem parte da força responsável pela segurança do líder da Igreja Católica e do Vaticano há cinco séculos.
Veja detalhes do uniforme mais abaixo.
Fotos: Reprodução
A tropa foi criada pelo papa Júlio II em janeiro de 1506. Ele contratou mercenários suíços, conhecidos pela fama de serem invencíveis e leais. Poucos anos após o surgimento da Guarda Suíça, Júlio II concedeu aos soldados o título de "Guardiões da Liberdade da Igreja".
O episódio mais marcante da história da guarda aconteceu em 6 de maio de 1527, durante o chamado "Saque de Roma".
Naquele dia, 147 dos 189 guardas foram mortos ao tentar defender o papa Clemente VII de tropas rebeldes do Império Romano-Germânico.
Mesmo em menor número, os soldados conseguiram garantir a fuga do pontífice por uma passagem secreta em um muro que liga o Vaticano ao Castelo de Santo Ângelo.
O saque terminou com destruição generalizada e cerca de 12 mil mortos.
Todos os anos, o Vaticano relembra o episódio com uma cerimônia de colocação da coroa na Praça dos Primeiros Mártires.
Nesse dia, novos soldados também fazem juramento ao papa.
A Guarda também teve atuação em outros episódios importantes, como durante a invasão das tropas napoleônicas no fim do século 18.
Com a queda do poder político da Igreja Católica no século 19, a Guarda Suíça deixou de atuar como exército. Desde então, passou a cuidar apenas da segurança pessoal do papa e do Vaticano.
Atualmente, os oficiais também acompanham o pontífice em viagens e fazem o controle de acesso ao território da Santa Sé.
Além disso, desempenham um papel simbólico e cerimonial importante.
Durante o período de Sé vacante, como agora, os agentes garantem a proteção do Colégio dos Cardeais.
Para ingressar na Guarda Suíça é preciso atender a alguns requisitos. Veja a seguir:
ser cidadão suíço;
ser católico praticante;
ser do sexo masculino;
ser solteiro;
ter entre 19 e 30 anos;
ter no mínimo 1,74 m de altura;
ter boa saúde;
ter reputação "impecável";
servir por, pelo menos, 26 meses;
ter treinamento e carteira de habilitação.
UNIFORME COM HISTÓRIA
O traje de gala da Guarda Suíça é o uniforme mais famoso da corporação. Ele foi desenhado no início do século 20 por Jules Repond, então comandante da guarda.
Repond se inspirou em afrescos do pintor renascentista Rafael Sanzio para elaborar o visual.
Uma das obras usadas como referência é "A Missa de Bolsena", na qual guardas aparecem com uniformes listrados.
O comandante determinou o uso das cores vermelho, azul e amarelo.
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Os tons remetem à Casa dos Médici, influente família italiana da qual o papa Clemente VII fazia parte.
O pontífice é lembrado como responsável por consolidar e fortalecer a Guarda Suíça no século 16.
As cores simbolizam coragem, lealdade e fé.
Fonte: G1