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24/03/2020

Coronavírus: Especialistas dão dicas de como se alimentar bem durante a quarentena

Foto: Reprodução

Endocrinologista, nutrólogo, nutricionista e farmacêutico homeopata afirmam que é preciso redobrar os cuidados com a escolha dos alimentos e optar por aqueles de alto valor nutricional a fim de manter a imunidade bem poderosa

Recentemente, o Ministério da Saúde recomendou a quarentena à população para tentar barrar a proliferação do novo coronavírus, a Covid-19, pelo Brasil.

 

A medida restritiva -- e de caráter emergencial, no entanto, tem impactado a rotina das pessoas, que estão tendo que ficar confinadas em casa a fim de evitar o avanço da doença. Muitos trabalhadores estão fazendo home office e as crianças também estão sem sair de casa, em uma espécie de férias forçadas. Por conta dessa mudança no dia a dia, os hábitos alimentares de muita gente estão mudando consideravelmente.

 

Em tempos de necessidade de se reforçar o sistema imunológico, o ideal é ingerir alimentos nutritivos, que são ricos em vitaminas e minerais. No entanto, muitas pessoas ficam ansiosas e acabam comendo besteiras, como doces, snacks e refrigerantes.

 

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Para piorar a situação, a restrição de academias e de exercícios físicos também altera a alimentação. Não são poucos os memes na web que brincam com a forma desastrosa e nada saudável de comer de quem está preso em casa nos últimos dias. O mais famoso deles diz: ''Quarentena -- Dia 1: Já comi tudo o que comprei para 15 dias''.

 

Para saber como manter uma alimentação saudável em meio à pandemia, Quem entrevistou quatro especialistas que deram dicas preciosas para driblar a ansiedade e para reforçar o sistema imunológico. Leia, abaixo, as recomendações da endocrinologista Ana Cristina Belsito, chefe do serviço de Endocrinologia do Hospital São Vicente de Paulo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; do nutrólogo Danilo Klein, do Hospital Badim, na Zona Norte do Rio; da nutricionista Izabella Rocha, da Clínica Karla Assed, na Zona Sul do Rio; e do farmacêutico homeopata Jamar Tejada, de São Paulo. 

  

Endocrinologista Ana Cristina Belsito

 

 Vegetais verdes escuros são uma boa pedida para quem é do grupo de risco (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Driblar a ansiedade


''O ideal é evitar açúcares, gorduras e frituras e procurar ter uma alimentação mais rica em verduras e legumes, como alface, brócolis e espinafre, que são alimentos ricos em fibras e que vão ajudar a aumentar o tempo de saciedade. Frutas como laranja e abacate, que têm um efeito sacietógeno, são recomendadas, sem falar que o abacate é uma gordura saudável. Também recomendo aumentar a ingestão de fibras ricas em ômega três, como as nozes e as castanhas, que aumentam a saciedade porque também têm relação com a produção de cortisol. Sugiro o consumo de alimentos ricos em triptofano, que também tem efeito na saciedade, como, por exemplo, o chocolate amargo, numa média de dez gramas por dia, além de fibras como aveia, que diminui a absorção do açúcar, e o iogurte natural, numa faixa de 150 g por dia, que além de aumentar a saciedade, ainda melhora a parte intestinal. Outra coisa: os ovos também têm esse efeito sacietógeno, assim como o coco seco, que é rico em magnésio e potássio. Todos eles são alimentos interessantes para ingerir ao longo do dia de forma equilibrada''.

 

Para as crianças


''Minha dica é evitar comprar uma grande quantidade de glicídios, doces, refrigerantes, balas e chocolates como forma compensatória pelo fato de a criança estar nesse período em casa. São alimentos de alto valor calórico e, com eles, a criança vai ter cada vez mais vontade de comer, porque eles estimulam a fome. Como opção, sugiro a ingestão de alimentos saudáveis e a variação dos pratos de legumes e verduras. O interessante é inventar novas saladas e outras formas de apresentar os legumes, como suflês e refogados. Sugiro ainda o preparo de salada de frutas, servida com iogurte e frutas secas, que são formas de saciar a fome, mas sempre de forma variada''.

 

Grupo de risco


''Os idosos, nesse período de infecção, vão ficar mais suscetíveis, justamente porque suas defesas são mais baixas, principalmente aqueles que já tem alguma doença pré-existente, como asma, bronquite, neoplasia e diabetes, entre outras. São pessoas que têm mais propensão a ter quadros infecciosos. Então, é preciso fazer uma alimentação mais rica em verduras, vegetais verde-escuros e muitas leguminosas, porque esses alimentos têm um fator muito interessante de melhorar a imunidade. Além disso, devem incluir na dieta gérmen de trigo, ômega três, frutas cítricas, o tomate (que é rico em licopeno), gengibre, alho, cebola, pimenta, iogurte (que é um alimento muito rico em probiótico e que repõe a flora intestinal) e cogumelos. Também é importante ingerir castanhas e nozes porque também são alimentos ricos em ômega três''.

 

Nada de açuca


''O açúcar sempre é deletério, principalmente para as crianças. Isso vai estimular a criança a comer mais doce, mais açúcar, sendo que nesse período elas terão um gasto calórico baixo porque vão ficar mais tempo em casa. A consequência é que, com isso, vão ganhar peso mais fácil. Então, quanto mais açúcar elas comerem, mais vontade de comer açúcar elas vão ter. E os alimentos ricos em açúcar têm teor calórico que é rapidamente absorvido, mas não têm um poder sacietógeno alto. Então, elas vão ter vontade de repetir e comer cada vez mais doces, sem ter um valor nutricional''.

 

Muitas fibras


''Para as pessoas que são muito ansiosas e nesse período estão mais ansiosas ainda, é interessante procurar utilizar alimentos ricos em fibras e comer em intervalos de tempo menores. Se a pessoa comer com mais frequência alimentos de baixa caloria, num intervalo menor de tempo, ela fica mais satisfeita e isso reduz a ansiedade''.

 

 Nutrólogo Danilo Klein

 

Verduras, legumes e frutas são grandes fontes de antioxidantes (Foto: Reprodução/Instagram)

 

De olho na imunidade


''As pessoas que fazem parte do grupo de risco (idosos, asmáticos, pessoas com doenças do coração, fumantes e diabéticos, entre outros) devem ter uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes e frutas, que são grandes fontes de antioxidantes. Não existe nenhuma recomendação ou orientação formal ou comprovação científica para uso de medicamentos ou suplementos que aumentem a imunidade''.

 

Passatempo


''As pessoas precisam ocupar o tempo delas em casa, seja preparando e cozinhando as refeições, seja fazendo alguma atividade física. Há diversos tutoriais na internet para isso. Esse também é o momento de colocar as tarefas em dia, arrumar o armário, organizar pastas no computador, terminar aquele projeto que estava esquecido, estudar algo do seu interesse, fazer uma faxina mais caprichada, ler livros. Se a gente não ocupar o tempo com isso, vamos acabar abrindo a geladeira e comendo além do necessário''.

 

 Nutricionista Izabella Rocha

 

Especialista diz que o melhor é evitar os açúcares, que não ajudam no processo anti-inflamatório (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Sem ansiedade


''Entendo que estejamos passando por um momento de ansiedade e confinamento, o que afeta diretamente no consumo dos alimentos para muitas pessoas. Mas o importante é estar bem alimentado. Sugiro que as pessoas façam refeições como café da manhã, lanches intermediários, almoço, jantar e ceia de forma equilibrada e evitando pular cada uma delas. A saciedade diminui a vontade de beliscar a toda hora. Então o ideal é se distrair com coisas de seus interesses: livros, arrumações, estudos, etc. Dessa forma pode-se canalizar o foco para outros interesses e se sentir produtivo, o que também diminui a ansiedade''.

 

Dica para os pequenos


''A primeira coisa é arrumar atividades que sejam do interesse da criança, para que ela não aprenda a vincular o ócio à comida. Atividades como cozinhar podem ser muito interessantes, um momento de união e até de aprendizado. Os responsáveis podem ensinar receitas saudáveis a elas, como saladas de frutas, biscoitos de fruta com aveia, snacks de legumes, muffins integrais ou de legumes. Os adultos também não podem deixar de realizar com seus filhos as principais refeições, garantindo dessa forma uma alimentação saudável''.

 

Imunidade poderosa


''Acho muito importante esclarecer que o sistema imunológico é criado ao longo do tempo. A alimentação saudável e equilibrada no dia a dia é fundamental para que estejamos com reservas de nutrientes e minerais que nos deixem mais preparados para combater infecções, gripes, vírus e doenças. O ideal é garantir um bom aporte de proteínas, zinco, selênio, vitamina A, vitamina C, vitaminas do Complexo B e uma microbiota intestinal saudável''.

 

Para quem não come quando está ansioso


''A primeira dica é tentar fracionar as refeições em pequenas quantidades e mais vezes ao dia. Caso a pessoa não consiga, deve procurar a orientação de um profissional capacitado para suplementar adequadamente os nutrientes. A recomendação é que todos sigam uma alimentação saudável e equilibrada, pois isso interfere no sistema imunológico como um todo. Ainda não temos o conhecimento de alimentos específicos para combater o coronavírus''.

 

 Farmacêutico homeopata Jamar Tejada

 

É importante manter uma hidratação diária no corpo (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Hidratação em dia


''É de extrema importância manter uma hidratação diária no corpo, beber muita água e incluir em sua dieta frutas ricas em água, tais como abacaxi, laranja, bergamota (tangerina) e melancia, mantendo um corpo saudável e longe da desidratação''.

 

Força para o sistema imunológico


''As pessoas têm que ingerir alimentos saudáveis, já que eles aumentam a imunidade, prevenindo resfriados e até mesmo um corpo cansado. Recomendo que elas apostem nos alimentos antioxidantes, anti-inflamatórios e fermentados como o kefir ou os próprios probióticos, que podem ser encontrados em farmácias de manipulação e/ou drogarias, e reforçam a saúde intestinal. Uma flora intestinal sadia reforça o sistema de defesa. Também aconselho que todos caprichem em alimentos ricos em zinco, betaína, B6, B12 , selênio, ácido fólico, ácido alfa-lipóico, vitamina A, C, E e magnésio (como folhosos verdes escuros). Também é importante o uso de brasseas (brócolis, couve-flor), que contêm entre seus componentes um substância chamada indol-3 carbinol, que junto com curcumina (açafrão), vitamina D, própolis e licorice (alcaçuz) dão aquele 'up' contra o processo da multiplicação viral''.

 

O poder do chás naturais 


''Os chás de eucalipto, abacaxi, gengibre com limão e hortelã agem como expectorante natural, combatendo infecções e aliviando a respiração, além de conter vitaminas e outros nutrientes essenciais nesse processo de defesa para o nosso corpo''.

 

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Os chás agem como expectorante natural (Foto: Reprodução/Instagram)

Fotos: Reprodução

 

Globo/Quem

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