24 de Abril de 2024 - Ano 10
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Mulher
19/03/2020

Coronavírus: violência contra mulher pode aumentar durante quarentena; veja como e onde buscar ajuda

Foto: Reprodução

Delegacias da Mulher do Rio continuam funcionando 24 horas; denúncias também podem ser feitas pela internet

Apesar de ser uma das principais medidas de combate à pandemia do coronavírus, a quarentena pode se tornar um pesadelo para mulheres que sofrem violência doméstica.

 

Na China, ativistas de direitos humanos afirmam que as denúncias de agressão a mulheres no ambiente familiar subiram três vezes durante o período de confinamento e muitas das vítimas não tinham ideia a quem recorrer.

 

Infelizmente, o mesmo pode acontecer no Brasil neste período de isolamento, de acordo com especialistas.

 

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A ONU Mulheres afirma que, em um contexto de emergência, os riscos de violência doméstica contra mulheres e meninas são maiores devido ao aumento das tensões em casa. As sobreviventes da violência ainda podem enfrentar obstáculos adicionais para fugir dessas situações ou acessar medidas de proteção que salvam vidas e serviços essenciais devido a fatores como restrições ao movimento em quarentena

 

CELINA conversou com especialistas que lidam diariamente com casos de violência de gênero para entender porque as mulheres podem ficar mais vulneráveis neste período e como e onde podem buscar ajuda para se proteger, mesmo estando em quarentena.

 

Todas as delegacias de atendimento à mulher (DEAMs) do estado do Rio de Janeiro continuarão funcionando 24 horas para receber urgências e emergências, como casos de violência doméstica, agressão, estupro e violência sexual. Já o funcionamento dos centros integrados e centros especializados de atendimento à mulher (CIAM/CEAMs) será suspenso por 15 dias, exceto para os casos de urgência. Veja todos os endereços e telefones abaixo.

 

Por que a violência pode aumentar?

 

O isolamento social, forçado para quem tem sintomas ou voluntário para quem assim pode optar, vai fazer com que as famílias passem mais tempo juntas. Isso pode gerar mais conflitos, que podem resultar em situações de violência doméstica ou agravar agressões que já vinham acontecendo neste ambiente, explica a promotora de Justiça Lúcia Iloízio, sub-coordenadora criminal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

 

A advogada Marisa Gaudio, coordenadora da Diretoria de Mulheres da OAB-RJ, lembra que, normalmente, as situações de violência doméstica ocorrem à noite ou nos finais de semana e que, com a quarentena, podem ficar ainda mais frequentes.

 

Infelizmente os casos de violência podem aumentar. Agora, as pessoas vão passar mais tempo em casa, estão ainda mais nervosas e insatisfeitas com o que está acontecendo, isso pode aumentar a tensão entre elas. Esse quadro e o uso de álcool são dois fatores que tendem a agravar situações de violência doméstica — explica.

 

Outra preocupação da jurista é com o aumento na subnotificação dos casos de violência doméstica, pois a quarentena e o medo em relação ao coronavírus podem fazer com que as mulheres evitem sair de casa para registrar denúncias.

 

— A mulher já enfrenta várias barreiras para fazer uma denúncia. A barreira emocional, o medo de o agressor piorar e de não ter o acolhimento que precisa nos órgãos públicos, a preocupação com os filhos, a questão financeira, a vergonha. Se ela conseguir superar todas estas barreiras, ainda tem o medo de sair de casa neste momento. E, se sair, pode não encontrar ninguém na rua para pedir socorro, por exemplo — afirma.

 

A recomendação de ambas, no entanto, é que a mulher não deixe de buscar ajuda junto a autoridades policiais ou no sistema de saúde.

 

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— Se a mulher vive em uma relação propensa à violência, ficar com outro parente neste período talvez seja a melhor opção, se isso for possível. A gente sabe que muitas vezes essa não é a realidade, então orientamos a sempre procurar as autoridades, mesmo nesse momento — diz a advogada da OAB, lembrando da necessidade de serem mantidos os cuidados de higiene para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. 

 

O Globo

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