Pesquisadores dos EUA usam inteligência artificial para criar dispositivos que aprendam com o corpo e ajustem terapias em tempo real
Criar dispositivos eletrônicos que funcionem dentro do corpo é uma tarefa complexa. O ambiente interno é hostil à eletrônica devido à umidade, o sistema imunológico tenta rejeitar objetos estranhos, o calor pode danificar tecidos e há risco constante de infecção.
Para superar isso, a equipe da pesquisadora Rikky Muller, professora de engenharia elétrica e ciências da computação da Universidade da Califórnia, em Berkeley, trabalha para desenvolver dispositivos extremamente pequenos, flexíveis e feitos de materiais biocompatíveis, que não agridem o organismo.
O time de pesquisadores do Laboratório Muller busca desenvolver dispositivos médicos translacionais, ou seja, para uso real em pacientes, para monitorar, diagnosticar e tratar distúrbios neurológicos. Para isso, os sistemas interagem com o cérebro e o sistema nervoso periférico, combinando sensores, circuitos integrados, tecnologia sem fio e aprendizado de máquina, criando dispositivos mais inteligentes e individualizados.
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Muller explica que o objetivo é desenvolver aparelhos capazes de aprender com o corpo do paciente, monitorar sinais em tempo real e ajustar terapias conforme necessário. Isso pode acelerar diagnósticos, reduzir custos e oferecer tratamentos mais eficazes. Um dos projetos mais ambiciosos do Laboratório usa hologramas e luz para se comunicar com neurônios. A pesquisa, feita em parceria com outros cientistas da UC Berkeley, busca entender como o cérebro processa informações.
Muller explica que “em apenas 1 milímetro cúbico do córtex cerebral, existem cerca de 50 mil neurônios”, e não há nenhuma ferramenta que permita uma comunicação bidirecional com todos esses neurônios sem causar problemas. “Agora, pretendemos fazer isso com a luz. A ideia é que possamos modificar os neurônios para emitir sinais de luz por meio de fluorescência e para que sejam receptivos a sinais de luz”, comenta.
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Segundo ela, o sistema projeta luz em padrões tridimensionais, como hologramas, para estimular ou registrar a atividade sem causar danos ao tecido cerebral. O método abre caminho para novas terapias e uma compreensão mais profunda das doenças neurológicas.
Fonte: Olhar Digital