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Internacional
21/05/2020

Demora em decretar lockdown causou ao menos 36 mil mortes nos EUA, mostra estudo

Foto: Reprodução

Imposição de restrições até duas semanas antes teria evitado 83% do total de vítimas fatais, segundo estimativas da Universidade Columbia

Se os Estados Unidos tivessem começado a impor medidas de distanciamento social uma semana antes, em março, cerca de 36 mil pessoas a menos teriam morrido por causa do novo coronavírus, segundo novas estimativas da Universidade Columbia. Os pesquisadores afirmam ainda que, se o país tivesse começado a adotar o isolamento social em 1º de março, duas semanas antes do que fizeram os estados mais atingidos inicialmente, poderia ter evitado cerca de 83% das mortes, ou seja, 54 mil vidas seriam poupadas.

 

Até agora, a pandemia já matou 93.400 pessoas nos EUA, e deixou mais de 1,5 milhão de infectados. Em cidades como Nova York, onde o vírus chegou cedo e se espalhou rapidamente, as ações restritivas foram tomadas tarde demais, avalia o grupo de pesquisadores.

 

— É uma grande, grande diferença — disse Jeffrey Shaman, epidemiologista de Columbia e líder da equipe de pesquisa. — Esse pequeno espaço de tempo teria sido incrivelmente crítico na redução do número de mortes.

 

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Em 16 de março, o presidente Donald Trump limitou as viagens, pediu que os americanos evitassem sair em grupos e que os alunos não frequentassem as aulas. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, fechou as escolas um dia antes, e o governador de Nova York, Andrew M. Cuomo, emitiu uma ordem de isolamento que entrou em vigor em 22 de março.

 

A equipe de Shaman projetou o que teria acontecido se essas mesmas mudanças tivessem ocorrido uma ou duas semanas antes e estimou a disseminação de infecções e mortes até 3 de maio nos dois cenários. Em um comunicado divulgado na noite de quarta-feira, em resposta às novas estimativas, a Casa Branca reiterou a afirmação de Trump de que as restrições de viagens provenientes da China em janeiro e da Europa, em meados de março, atrasaram a propagação do vírus.


Em 9 de março, no entanto, enquanto países como a Itália e a Coreia do Sul já haviam começado a tomar medidas restritas agressivas contra a propagação do vírus, o presidente Trump resistia ao cancelamento de comícios de campanha ou a pedir que os americanos ficassem em casa.

 

“Nada vai fechar, a vida e a economia continuam”, tuitou o presidente à época, sugerindo que uma gripe era pior que o coronavírus. “Neste momento, existem 546 casos confirmados de coronaVirus, com 22 mortes. Pense sobre isso!”, escreveu ele no Twitter.

 

Hoje se sabe que dezenas de milhares de pessoas já haviam sido infectadas naquele momento. Mas a falta de testes em massa permitiu que as infecções passassem despercebidas, escondendo a urgência de um surto que a maioria dos americanos ainda identificava como uma ameaça que afetava apenas países estrangeiros.

 

— As pessoas tendem a levar as restrições muito mais a sério quando a devastação de uma doença é visível — disse Natalie Dean, professora assistente de bioestatística da Universidade da Flórida, especializada em doenças infecciosas emergentes.

 

País com o maior número de infecções, os EUA começam a registrar uma queda nos novos casos, mas alguns estados ainda preocupam, o que ocorre em meio a medidas para a retomada das atividades socioeconômicas, hoje uma das prioridades de Donald Trump.


Os resultados da pesquisa mostram ainda que, à medida que os estados reabrem — todos os 50 estados diminuíram as restrições até quarta-feira — os surtos podem facilmente sair do controle, a menos que as autoridades monitorem de perto os infectados.

 

Segundo a equipe da Universidade Columbia, isso se daria devido ao atraso entre o momento em que as infecções ocorrem e o momento em que os sintomas começam a aparecer, além da falta de testagem em massa em toda a população.

 

Somente na área metropolitana de Nova York, 21.800 pessoas morreram até 3 de maio. Menos de 4.300 teriam morrido até essa data se medidas de controle tivessem sido implementadas e adotadas em todo o país apenas uma semana antes, em 8 de março, estimaram os pesquisadores de Columbia.

 

Todos os modelos são apenas estimativas e é impossível saber com certeza o número exato de pessoas que teriam sido salvas com medidas antecipadas de distanciamento social. Mas Lauren Ancel Meyers, epidemiologista da Universidade do Texas, em Austin, e que não participou da pesquisa, disse que “é um argumento convincente”.

 

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— Mesmo ações tomadas um pouco antes em Nova York poderiam ter mudado o jogo. Isso implica que, se as intervenções tivessem ocorrido duas semanas antes, muitas mortes e casos da Covid-19 teriam sido evitados no início de maio, não apenas na cidade de Nova York, mas em todo os EUA.

 

O Globo

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