O deputado Átila Lins (PSD-AM) tem mostrado que não tem medo de usar a Cota Parlamentar em grande estilo. Só nas últimas 24 horas, ele gastou mais de R$ 28 mil com viagens aéreas, parte de um total de R$ 51,7 mil gastos em janeiro.

O problema é que, além da falta de transparência, suas viagens não têm sido devidamente explicadas, gerando um clima de desconfiança em relação ao uso do dinheiro público.

O mais alarmante é que, em pleno recesso parlamentar, Lins usou parte desse montante, aproximadamente R$ 40 mil, para realizar viagens aéreas em voos fretados pela empresa “Cleiton Táxi Aéreo”. O destino? Municípios do interior do Amazonas, como Carauari e Barcelos. Em sua agenda de compromissos, reina o silêncio. Nas redes sociais, não há registros oficiais sobre o propósito dessas visitas, o que levanta sérias suspeitas sobre a falta de transparência.

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No entanto, a investigação revela um detalhe curioso. Embora Lins não compartilhe informações sobre essas viagens, um registro importante aparece nas redes sociais do prefeito eleito de Carauari, Airton Siqueira (MDB). Em uma reunião política com o senador Omar Aziz (PSD), foi discutido, entre outros assuntos, o aeródromo local.

O que isso tem a ver com a Cota Parlamentar? Para quem usa o dinheiro público para bancar viagens, um pouco mais de explicação sobre o que foi tratado nessas idas e vindas seria o mínimo de respeito com a população que paga a conta.

Em uma segunda viagem, realizada no dia 28 de janeiro para Barcelos, o deputado seguiu o mesmo padrão de comportamento, sem fornecer detalhes claros sobre a agenda, mantendo o sigilo sobre suas ações e interesses. O que, para muitos, levanta uma dúvida importante: será que a Cota Parlamentar está sendo usada de maneira adequada e com a transparência necessária? A assessoria do deputado, quando questionada sobre os detalhes dessas viagens e os seus custos, se limitou a informar que Átila Lins estava “a caminho do Amazonas”, sem se aprofundar nas reais motivações por trás dos gastos.

Além disso, outros gastos com a Cota Parlamentar revelaram que o deputado também se utilizou da verba pública para reembolsos de passagens aéreas e ainda realizou a divulgação de atividades parlamentares por meio de um portal local, com o valor de R$ 5 mil, somando um montante considerável que, ao final de janeiro, já beirava os R$ 52 mil.

Se as regras da Câmara dos Deputados permitem que os parlamentares encaminhem notas fiscais até 90 dias depois dos gastos, isso significa que o valor de Átila Lins pode aumentar ainda mais até março, o que só reforça a necessidade de maior controle sobre os gastos públicos. Afinal, são os contribuintes que arcam com a fatura, e a sensação de impunidade no uso do “cotão” de forma obscura é uma ferida aberta na confiança do eleitorado.

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Átila Lins, tradicionalmente conhecido por atuar nos bastidores do Congresso Nacional, segue promovendo uma agenda política que inclui ações como a visita à Caixa Econômica Federal, em Brasília, para tratar da implantação de agências bancárias em municípios amazonenses como Benjamin Constant e Novo Aripuanã. Mas, ao que parece, a sua verdadeira especialidade continua sendo o voo alto com a Cota Parlamentar. E os cidadãos do Amazonas, que esperam ver suas necessidades atendidas com seriedade e responsabilidade, ficam a questionar: até quando?