Por Xico Nery, correspodente do "PORTAL DO ZACARIAS" no interior do Amazonas - Um novo deslizamento de terra (mais conhecido como resultado de fenômeno das terras caídas) voltou a assustar moradores da Comunidade Santa Fé, no último final de semana. Essa comunidade fica localizada na mesorregião amazonense do Purus, um local já bastante castigado pelas últimas cheias naquela parte do interior amazonense.

De acordo com informações dos comunitários, o “arrombamento” irrompeu na altura da margem esquerda do Rio Purus. No ano passado (2024), cerca de 3º famílias foram obrigadas a migrar para a margem direita - se quisessem recomeçar a vida com um pouco mais de segurança do outro lado do rio.

No final de semana que passou, os moradores acordaram no meio da noite com um grande estrondo da margem esquerda do Purus. Naquele testemunharam mais um “desbarrancamento” assustando os moradores da Santa Fé, um vilarejo incrustrado entre os povoados de São Sebastião, Seringal Fazenda Seruini e Matariopá, uma região isolada.

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O pingo na cor vermelho indica o local do rompimento

A reação dos moradores da Comunidade Santa Fé, antes, durante e depois do desbarrancamento foi de desespero e medo. A força das águas abriu um novo canal de acesso às encostas de encostas da margem esquerda do Purus. Desde 2013, os moradores vêm enfrentando problemas semelhantes e que não foram resolvidos, à época.

Apesar do prefeito da época – em sucessivos mandatos – ter sido informado a respeito da situação, nenhuma providência foi tomada pela Prefeitura. Agora, os moradores temem novas ocorrências e existe, segundo disseram, a possibilidade de acontecer outros desbarrancamentos naquela parte da região. A Prefeitura foi informada da situação.

Com isso, o rio Purus outra vez “engoliu” mais uma parte da sua margem esquerda. “A segunda avalanche em dois anos que já forçou nossa mudança para a margem direita” de quem sobe vindo da cidade de Lábrea. Para evitar uma possível tragédia – como a que vitimou a Vila do Arumã no município de Beruri, em 2024, no Baixo Purus – “o fenômeno das terras caídas tem forçado as famílias a mudar de lugar constantemente por conta do “fenômeno das terras caídas” (ocorrências radicais geológicas no terreno)”.

Os ribeirinhos e moradores dos povoados vizinhos de São Sebastião, Seringal Fazenda Seruini e Mataripuá, também, demonstram preocupação cm o avanço da próxima cheia. Segundo disseram, “é urgente que a Defesa Civil faça o levantamento da situação e informe as autoridades”. A maioria, com o rompimento de mais uma parte das encostas, teme o perigo com novas ocorrências – que é muito grande.

PLANO DE CONTENÇÃO

Independentemente de sobreavisos às autoridades, depois de mais um desbarrancamento, as lideranças comunitárias locais apelam a Prefeitura para que a Defesa Civil inspecione a área que se rompeu e apresente um diagnóstico da situação. “Essa atitude ajudaria a evitar nossa migração para cima ou para baixo no Rio Purus”.

O novo rompimento, segundo atesta vídeo repassado à reportagem, registra o momento exato em que a violência das águas adentra o corredor de acesso à Comunidade Santa Fé por água que, porém, “ameaça toda a região do lado esquerdo do Rio Purus onde habitavam os moradores”. Com a perda de plantações e animais, já abrigados na margem direita, recomendam às autoridades a execução de um plano de contenção.

Segundo professores da região, “não é só a Prefeitura que deve ser acionada”. Mas as autoridades municipais e estaduais para que socorram os moradores e ribeirinhos sob risco social e pessoal diante de uma grande nova cheia, “pior do que a de 2014-20 e da última seca extrema ocorrida em 2022-24 que afetou drasticamente todos os municípios amazonenses”.

A Comunidade Santa Fé possui uma única Seção Eleitoral e seus 122 eleitores contribuíram com a eleição e reeleição de vereadores, em 2024. A região é isolada dentro dos grotões do Rio Purus. Os moradores esperam, depois do novo sinistro, sensibilizar as autoridades e os políticos locais que ajudaram a eleger para que visitem a região afetada e apresente um diagnóstico real da situação.

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