11 de Outubro de 2024 - Ano 10
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Qualidade de Vida
30/09/2024

Dormir pouco ou dormir muito? Ambos fazem mal para memória, fluência verbal e cognição

Foto: Reprodução

Neste artigo, a doutora em Saúde Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Tamiris Rezende, discute sobre a importância de um sono de qualidade para uma vida saudável

Como já diziam nossas avós, nada como uma boa noite de sono… Mas o que é dormir bem? E qual o impacto do sono no processo de envelhecimento?

 

Em nossas pesquisas, investigamos a associação entre distúrbios do sono e desempenho cognitivo de adultos e idosos. E os resultados sugerem que tanto dormir pouco quanto dormir muito são prejudiciais para funções cognitivas como memória, fluência verbal, funcionamento executivo, além da cognição global.

 

O ritmo acelerado e globalizado da sociedade atual pode implicar em mudanças comportamentais e sociais que acabam afetando o sono. A busca desenfreada por tempo acelera o ritmo de vida implicando em mudanças em várias dimensões do cotidiano, inclusive na disponibilidade para dormir.

 

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Essa aceleração social pode ser impulsionada por diversos fatores, como avanços tecnológicos, globalização, mudanças culturais e subjetivas. E isso implica na constante busca por fazer cada vez mais atividades em menos tempo, sugerindo um traço constitutivo da modernização. Com isso, as pessoas adotam estilos de vida mais agitados, com atividades laborais mais prolongadas, além de conectividade permanente.

 

Essas características da atual vida social podem gerar dificuldades para se desligar ou relaxar, que afetam negativamente o sono. Em decorrência, queixas relacionadas às alterações do sono, como duração e insônia, têm sido cada vez mais comuns na população adulta. No Brasil, 76% dos indivíduos acima de 16 anos têm pelo menos uma queixa do sono, ou seja, aproximadamente 108 milhões de pessoas.

 

Dormir pouco ou muito? Ambos são prejudiciais à saúde, diz pesquisa | Saúde  | Galileu

 

Pesquisa de base populacional recente demonstrou alta prevalência de insônia (45,9% a 58,6%) entre brasileiros com 50 anos ou mais. Outro estudo aponta tendência de sono curto (6h ou menos) entre aqueles com idade entre 40 e 59 anos e, sono longo (9h ou mais) naqueles com 60 anos ou mais.

 

E isso pode ser um problema, já que o sono pode beneficiar habilidades cognitivas importantes como a memória, atuando em sua consolidação, além da saúde mental. Mas alterações no sono, como mudanças na duração e qualidade, podem prejudicar o desempenho cognitivo em habilidades como a função executiva, fluência verbal, memória, bem como associar-se ao declínio cognitivo.

 

Por desempenho cognitivo, entendem-se diferentes domínios ou habilidades cognitivas, como a memória, linguagem, atenção, concentração, etc. Essas habilidades funcionam de maneira hierárquica e dependente entre si. Nessa lógica, o desempenho cognitivo permite ao indivíduo gerenciar suas experiências, adaptar-se ao meio e solucionar problemas mediante as diferentes demandas do cotidiano.

 

Blog - Umaflex | Dormir pouco faz mal a saúde?

 

Com o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento tem se tornado tema central no cotidiano de todo o mundo. Com isso, as preocupações ao redor das doenças neurodegenerativas estão cada vez mais frequentes nos debates de saúde pública e na população em geral. Isso porque essas doenças estão relacionadas ao aumento da incapacidade e dependência, além de mortalidade.

 

Com acelerado processo de envelhecimento populacional, em 2017 o Brasil contava com 30,2 milhões de idosos com 60 anos ou mais. Em 2022 esse número saltou para 32,1 milhões, o equivalente a 15,6% de sua população total.Assim, o envelhecimento populacional é uma preocupação constante, especialmente, por estar relacionado com o aumento das doenças crônicas em geral, com destaque para o declínio cognitivo, a demência e a incapacidade física.

 

DORMIR MAL pode causar ANSIEDADE e DEPRESSÃO, alerta médica do Instituto do  Sono

Fotos: Reprodução

 

Nesse contexto, destacam-se os estudos que se interessam por fatores associados e potencialmente modificáveis como os socioeconômicos, comportamentais e de saúde. Entre esses fatores está o sono, que tem sido relacionado com o desempenho cognitivo.

 

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Tanto o sono quanto o desempenho cognitivo podem sofrer prejuízos com o processo de envelhecimento, caracterizados pela diminuição da duração e eficiência do sono, bem como a diminuição do desempenho cognitivo que faz parte do envelhecimento normal. Nesse sentido, pergunta-se se os possíveis efeitos prejudiciais do sono sobre o desempenho cognitivo podem variar entre adultos e idosos. 

 

Fonte: G1

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