A classificação do IBGE determina que negros são os indivíduos que correspondem ao grupo formado por pessoas pretas e pardas.O termo preto remete a cor da pele e tem como referência aqueles que trazem na sua ancesdência traços dos nativos da África. E quando se fala em traços, isso remete às características fenotípicas representadas através da pele de cor mais escura e outras particularidades como traços faciais, do nariz, boca e textura dos cabelos.
Já as pessoas pardas são lidas como aquelas que possuem a pele menos retinta (ou mais clara) e têm ascendências étnicas diferentes, resultado da miscigenação entre brancos, negros e indígenas. Desta forma, uma pessoa parda também pode apresentar traços que se associam a algumas das particularidades atribuídas ao fenótipo de uma pessoa negra ou indígena.
Entretanto, precisamos entender também que nesta interesecção sobre qual o termo correto, “preto ou negro?”existe a autodeclaração racial.O conceito de raça negra se baseia nas características fenotípicas do indivíduo que acabam legitimando a autodeclaração como preto ou pardo.
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O chamar alguém de preto ou negro possui significados distintos, quando colocamos em questão o contexto social, a forma como se fala e principalmente o aspecto geográfico. No auge do Movimento Negro, se identificar como negro representava orgulho e identidade e era uma forma de exaltar a raça e a cor da pele, desassociando da imagem negativa que por muito anos foi transferida ao aspecto de ser negro.Quando uma pessoa se identifica e se auto declara negra, ela entende e enxerga quem de fato é, não somente através de traços físicos mas principalmente pelo pertencimento que ali existe, e que acaba falando mais alto.
Chamar alguém de preto ou negro no Brasil, são termos usados e compreendidos de forma igual quando relacionados as diversas faces do racismo. Neste cenário não se separa a raça da cor, o que abre um espaço enorme para os estereótipos que classificam negativamente o uso destas expressões.O conceito de raça traz uma narrativa baseada na cor da pele, e é justamente essa associação que classifica os marcadores raciais. O problema não está na classificação correta, mas sim nas diferentes vivências que as pessoas enfrentam por conta da cor da pele ser mais escura ou mais clara.
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Seja preto ou negro, o importante é que AMBOS avancem nas suas conquistas pessoais e coletivas, por mais espaço, lugar de fala, oportunidades e respeito, e que este posicionamento faça com que as pessoas sejam quem elas são, sem medo.O racismo não será menos grave se articulado num discurso direcionado a uma pessoa preta ao invés de negra, ou vice e versa. Independentemente do termo utilizado, se não for dentro de um contexto amigável e respeitoso, ainda será racismo. É preciso refletir sobre isso, rever falas, atitudes e entender o lugar do outro
Fonte:IDBR