Chegar a 28% em 2025 representa um avanço, mas ainda é insuficiente diante da urgência climática e da complexidade dos desafios ambientais.
Por Maria Santana Souza - Em 2025, apenas 28% das ministras de Meio Ambiente no mundo são mulheres. O dado acende um alerta sobre a baixa representatividade feminina nos cargos de decisão em uma das áreas mais críticas da atualidade: a crise climática.
Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que mulheres tenham voz plena e ativa nas políticas ambientais globais.
Ao olhar para trás, em 2020, o cenário era ainda mais desafiador. Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a participação feminina em espaços de decisão sobre clima era inferior a 25%. Naquele ano, organizações internacionais e movimentos sociais já alertavam para a urgência de integrar a perspectiva de gênero nas respostas à emergência climática.
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Essa urgência se deve a múltiplos fatores: mulheres, especialmente as de comunidades tradicionais e povos indígenas, estão entre as mais impactadas pelos efeitos das mudanças climáticas. Elas também são protagonistas em soluções sustentáveis, práticas regenerativas e resistências territoriais. No entanto, continuam sub-representadas nos fóruns de negociação, nos ministérios estratégicos e nos conselhos de governança ambiental.
A presença feminina nas decisões ambientais é mais do que uma questão de justiça social — é uma estratégia eficaz. Diversos estudos mostram que políticas ambientais formuladas com participação equitativa de gênero são mais eficazes, duráveis e inclusivas. Mulheres tendem a priorizar soluções comunitárias, justiça intergeracional e sustentabilidade a longo prazo.
O ano de 2020 foi um marco simbólico: celebrava-se o 25º aniversário da Plataforma de Ação de Pequim, que reconheceu o empoderamento feminino como essencial para o desenvolvimento sustentável. Também foi o ano de lançamento da campanha “Generation Equality”, que reforçou o papel das mulheres como líderes na transformação do planeta.
Chegar a 28% em 2025 representa um avanço, mas ainda é insuficiente diante da urgência climática e da complexidade dos desafios ambientais.
Ampliar a participação de mulheres em cargos de liderança não é apenas uma questão de representatividade, mas de sobrevivência planetária.
Fotos: Reprodução
O mundo precisa de decisões mais inclusivas, de soluções com múltiplas vozes — e as mulheres têm muito a dizer, propor e transformar. O tempo de esperar já passou. O futuro do clima é feminino, plural e coletivo.
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Fonte: Portal Mulher Amazônica