O presidente da Argentina, Javier Milei, e a sua vice, Victoria Villaruel, durante cerimônia em comemoração aos 42 anos da Guerra das Malvinas, travada contra o Reino Unido
Em Buenos Aires, diante do memorial que homenageia os 649 argentinos mortos na guerra, Milei afirmou que "ninguém escuta ou respeita um país que só produz pobreza e cujos políticos desprezam as próprias Forças [Armadas]".
— Não há soberania sem prosperidade econômica e não há prosperidade econômica sem liberdade — disse o presidente ultraliberal, prometendo impulsionar "uma reivindicação real e sincera (em relação às Malvinas), não meras palavras em fóruns internacionais sem impacto na realidade".
A Argentina reivindica a soberania sobre as Ilhas Malvinas por vias diplomáticas desde a guerra, que terminou após 74 dias com a rendição do país sul-americano e o balanço de 649 argentinos e 255 britânicos mortos.
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Milei também convidou os representantes do Estado-Maior das Forças Armadas a participarem da convocação para o chamado "Pacto de Maio", que reúne em dez pontos o programa de equilíbrio fiscal e reformas — tributária, trabalhista e previdenciária — do governo.
— Será o primeiro passo de uma nova doutrina — assegurou o presidente, acompanhado por sua vice, Victoria Villaruel, filha de um veterano de guerra e conhecida por sua defesa aos militares durante o regime militar.
O presidente não mencionou a ditadura argentina, cujos crimes ainda transitam na Justiça, com mais de 1.100 condenados e 62 processos em curso. Muitos militares argentinos são acusados de tortura e de responsabilidade pelo desaparecimento de 30 mil pessoas, segundo organizações de direitos humanos.
No dia 24 de março, aniversário do golpe militar, milhares de manifestantes reuniram-se na Praça de Maio, em Buenos Aires, em protesto contra estes crimes.
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— Não quero que o respeito seja monopólio de um espaço político, por isso convoco à sociedade a iniciar uma nova era de reconciliação, dando às Forças Armadas o lugar, o reconhecimento e o apoio que merecem — afirmou Milei. (Com AFP e ANSA)
Fonte: O Globo