Bebês com anquiloglossia, mais conhecida como língua presa, podem precisar passar pela frenotomia lingual e sessões de fisioterapia
A amamentação é uma das fases mais importantes para a saúde do bebê: é pelo leite da mãe que a criança adquire uma série de anticorpos que a protegem contra doenças comuns. Mas algumas condições podem atrapalhar esse momento, como a anquiloglossia, mais conhecida como “língua presa”.
O quadro é caracterizado pelo freio da língua curto ou apertado. Como consequência, o bebê tem dificuldade de sugar o leite. Além de não conseguir mamar o suficiente para se desenvolver e poder ter problemas na fala no futuro, ele pode machucar o seio da mãe.
Para esses casos, pode ser indicada a realização da frenotomia lingual, um procedimento cirúrgico simples que consiste no corte parcial do freio sem necessidade de sutura na região. O tratamento mais comum e invasivo é chamado de frenectomia lingual.A frenotomia pode ser realizada em pacientes de qualquer idade, mas normalmente é feita nos primeiros meses de vida do bebê, possibilitando que ele se desenvolva adequadamente.
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Os pais de Vicente Tavares, 7 meses, perceberam que o menino não tinha o freio lingual logo no primeiro choro, quando ele mostrou movimento limitado da língua. A confirmação veio com a dificuldade para mamar.Vicente foi diagnosticado com anquiloglossia grau 9 — a escala tem 10 pontos. A frenotomia é indicada a partir do grau 7.
“Ele não conseguiu pegar o peito no primeiro dia e acabou mamando no copinho. Nos dias seguintes, com ajuda de fonoaudiólogas da maternidade, ele chegou a mamar um pouco, mas logo parava porque não conseguia fazer vácuo nem sucção”, conta a mãe e técnica legislativa Susana Tavares.
TRATAMENTO
A frenotomia é realizada após uma avaliação clínica e funcional de uma equipe de fonoaudiólogos para o teste da linguinha. Ela é indicada principalmente nos casos em que há dificuldade na amamentação, segundo a odontopediatra Isabella Biulchi.
Assim como qualquer intervenção cirúrgica, a frenotomia pode oferecer riscos para o bebê, como sangramento abundante durante o procedimento, infecções, lesão das glândulas sublinguais e aderência de tecido pós-operatório. Por isso, é fundamental que o procedimento seja realizado por um profissional especializado.
Fotos: Reprodução
O esperado é que, após a frenotomia, o bebê melhore o padrão de amamentação com o vedamento, sucção e deglutição, trazendo mais conforto para mãe e filho.Vicente passou por duas frenotomias linguais, a primeira quatro dias depois do nascimento e a segunda com duas semanas de vida. “A primeira não liberou a linguinha totalmente e ele precisou fazer de novo em casa, com uma odontopediatra”, explica Susana.
Além do freio da língua mais curto, por ser prematuro, o menino também tinha dificuldade em fazer o movimento na musculatura da boca para ser amamentado. Para complementar o tratamento, a família recorreu a sessões de fonoaudiologia com o uso de bandagens no rostinho do bebê para estimular a sucção.
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A fonoaudióloga Amanda Veras, da Maternidade Brasília, explica que a bandagem é utilizada para fortalecer a musculatura do rosto e fazer o estímulo neurossensorial de bebês que possuem disfunção oral. “Ela é um excelente recurso terapêutico”, afirma.
Fonte: Metrópoles