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26/06/2022

Entenda os motivos para o conflito entre indígenas guarani kaiowá e polícia em Amambai

Foto: Reprodução

Conflito entre indígenas e policiais em Amambai

De um lado, os indígenas da etnia Guarani Kaiowá alegam como motivo para o conflito em Amambai (MS) a retomada de uma terra ancestral que faz parte de uma reserva destinada aos povos indígenas. Do outro, militares dizem que foram acionados para "coibir uma invasão". Veja o vídeo acima.

 

O conflito entre indígenas e policiais começou na sexta-feira (24). Ao menos sete indígenas ficaram feridos e dois óbitos foram mencionados pela Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros (Apib). O hospital que recebe os feridos dos confrontos confirma uma morte.

 

Em nota divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Aty Guasu, assembleia Guarani Kaiowá, disse que o ataque tem sido chamado pelas comunidades de "massacre de Guapoy", em referência ao nome dado pelos indígenas ao território em disputa.

 

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INDÍGENAS ALEGAM RETOMADA DE TERRITÓRIO

 

O coordenador do Cimi em Mato Grosso do Sul, Matias Benno, disse que os indígenas da etnia Guarani Kaiowá estão na região da fazenda onde ocorre o conflito há alguns dias. Para ele, como representante dos povos originários, a crise tem dois motivos principais.

 

O primeiro é retomada da terra onde ocorre o conflito. Segundo os indígenas, a área faz parte do território Guapoy, parte da reserva indígena Amambai. Para o Cimi, o território é uma terra ancestral e que pertence exclusivamente aos indígenas.

 

Benno explica que a reserva indígena é antiga. "Ao longo do tempo, as terras que eram dos indígenas por direito foram subtraídas e colocadas em mãos de fazendeiros. São menos hectares do que é de direito [dos indígenas]. O local não é uma demarcação, mas sim uma reserva, local para onde os indígenas foram levados", detalhou o representante do Cimi.

 

"O estado deu título dessas áreas para os fazendeiros. Assim, foram subtraídos vários hectares dos indígenas. As terras ancestrais foram para os fazendeiros", comenta Benno.

 

O segundo motivo, de acordo com Benno, é uma manifestação em retaliação à morte de Alex Recarte Vasques Lopes, de 18 anos. O jovem guarani kaiowá foi assassinado em uma fazenda em Coronel Sapucaia em maio deste ano.

 

Na época, a Polícia Federal chegou a enviar equipes ao local do crime para investigar o crime. A PF apurava se a morte do indígena tinha relação com disputas territoriais locais ou ainda se tinha a intenção de atingir a comunidade indígena como um todo.

 

“O próprio estado hoje é causador da violência contra nosso povo. Queremos que o estado faça seu trabalho de salvaguardar os direitos da comunidade indígena e que cesse essa perseguição, essas mortes contra o nosso povo”, afirmou o historiador guarani kaiowá, Natanael Vilharva Cáceres.

 

Em uma carta aberta, a assembleia dos indígenas Guarani Kaiowá diz que os confrontos de sexta-feira foram uma "ação covarde da PM e do Estado do Mato Grosso do Sul contra a comunidade e território de Guapoy”.

 

"Foram atacados crianças, jovens, idosos, famílias que decidiram, depois de muito esperar sem alcançar seu direito, retomar um território que sempre foi deles e que foi roubado no passado de nosso povo”, afirmam os indígenas a carta.

 

POLÍCIA DIZ QUE ÁREA FOI INVADIDA

 

Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, o conflito se iniciou porque quando indígenas atacaram policiais militares que foram acionados para "coibir uma invasão".

 

“A Polícia Militar foi atender uma ocorrência grave de crime contra o patrimônio com risco de morte eminente, tanto que nossos policiais foram recebidos a tiros. Nós vamos manter o reforço em toda aquela região para evitar novos confrontos”, explicou o secretário.

 

O secretário comentou que a Polícia Militar foi acionada para conter o que seria uma invasão "para garantir a segurança daqueles que estavam nas residências". Videira alegou que a ida do Batalhão de Choque foi "necessária".

 

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"Quando o Batalhão de Choque chegou, ele foi recebido a tiros. Três policiais foram atingidos". Até o momento, policiais ainda estão na região de confronto. Videira disse que "a situação do local está controlada". Helicópteros militares sobrevoaram o local.

 

Fonte: G1

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