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03/04/2020

Erika Januza: 'Ser mulher negra também é ser realeza, linda e incomodar. Na outra vida, quero voltar mulher. E negra!' Veja fotos

Foto: Reprodução

Leia a entrevista completa com a atriz de 34 anos que é capa e recheio da Glamour de março

Brilhar simultaneamente na novela Amor de Mãe e na série Arcanjo Renegado é motivo de orgulho e superação para Erika Januza.

 

Na entrevista abaixo, a atriz de 34 anos conta como passou pela opressora síndrome do impostor para virar referência de sua geração e revela como um corte de cabelo foi gatilho para mudar seu olhar sobre o racismo.

 

"Não sou uma mulher que é desejada quando saio. Quando nós, negras, falamos isso, ninguém acredita. É histórico e doloroso", diz a atriz, capa e recheio da Glamour de março.

 

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Ser mulher negra no Brasil é... Ser preterida em muitas fases da vida, ter dores incompreendidas e batalhar dobrado. Mas, nossa, como somos fortes. Não tem outro jeito. Ser mulher negra também é ser realeza, linda e incomodar. Na outra vida, quero voltar mulher. E negra!

 

Os seus últimos namoros públicos foram com homens brancos. Quais são as dificuldades de um relacionamento inter-racial? Começa pela sociedade que olha julgando. Já passei por situações em que achavam que eu era “acompanhante” de gringo.

 

 

 

E as críticas à “palmitagem” (quando uma pessoa negra namora uma branca), como você vê? Acredito ser semelhante à segregação. Queremos esse período de volta? Quando me interesso por alguém, a cor da pele não está em jogo. O que não podemos esquecer é da solidão da mulher negra. Não sou uma mulher que é desejada quando saio. Quando nós, negras, falamos isso, ninguém acredita. É histórico e doloroso.

 

Qual é o lado ruim de ser artista? Se ficar parada, cai. Virei refém de mim mesma quando estava sem trabalho, apesar de ser uma cobrança que não dependia só de mim. O problema é que quando estamos mal, a síndrome do impostor ataca e sempre achamos que não somos boas o suficiente. Nesta situação, sabe qual é a chance de um próximo teste ser ruim? Cem por cento.

 

 

 

Você passou por isso e deu a volta por cima. Como? Não consegui sair desse ciclo de negatividade até procurar um coach. As pessoas têm preconceito, mas o coach transformou essa fase da minha vida (quem me deu a dica foi o ator Nando Cunha). O meu tratamento foi na base do choque. Ele me perguntava se eu iria ficar me lamentando sem correr atrás do que almejava. Aí reagi. Tudo bem procurar ajuda.

 

 

O que mudou na sua vida depois desse período? Parei de esperar as coisas acontecerem. Eu mesma tenho ido ao encontro das minhas conquistas. Ligo, procuro. E tudo isso tem a ver com o fato de eu querer falar mais este ano. Aliás, estou abrindo o meu coração para você como nunca fiz antes.

 

O que você quer dizer com ‘falar mais’? É apenas sobre não me calar. Já engoli muitas coisas que me deixaram mal. Não quero ser uma pessoa que levanta bandeiras o tempo todo, mas quero me acostumar a falar as verdades dentro de tudo que já vivi. Nunca vou falar sobre a dor do outro. Criar conflitos não é uma opção para mim, mas saber me defender, sim.

 

 

Você fala muito sobre empoderamento, mas tem gente que acha que a palavra foi banalizada... Não para mim. Acredito que empoderamento é como ver algo errado e reagir. Essa atitude dá forças para outra pessoa tomar uma atitude também. É uma corrente de união que só cresce.

 

Agora falando sobre o machismo no País. Cortar o cabelo para a novela mexeu com a sua feminilidade? Não! Eu que sugeri mudar o visual, acredita? Veio de um desejo genuíno de poder representar mais mulheres e me modernizar.

 

 

Assim como sua personagem, você negaria um patrocínio por amor? Já perdi uma grande oportunidade por amor. Nunca saberei o que teria acontecido, mas acredito que somos o que somos por conta das nossas escolhas. Mas, quando me lembro dessa história, gostaria de ter tido outra postura e pensado em mim em primeiro lugar. 

 

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Fotos: Reprodução

 

G1

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