04 de Maio de 2024 - Ano 10
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20/04/2023

Estudo que busca comprovar que polvo tem sentimentos é realizado em Fernando de Noronha

Foto: Reprodução

Um grupo de pesquisadores está em Fernando de Noronha para comprovar se os polvos são seres sencientes - isto é, são capazes de ter sensações e emoções. Avaliações feitas na Inglaterra de estudos em laboratórios que indicam que os polvos são capazes sentir agora serão aplicadas no ambiente natural para entender melhor as espécies.

 

Inicialmente, os estudiosos achavam que os animais invertebrados, como os polvos, não tinham a capacidade de sentir dores e guardar memória, mas algumas pesquisas têm indicado o contrário.

 

“Os pesquisadores na Inglaterra fizeram o levantamento de vários estudos e apresentaram a legislação que indica que os polvos podem sentir emoção. A pesquisa em Noronha é a oportunidade de comprovar em ambiente natural o que foi visto em laboratório”, explicou a professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tatiana Silva Leite, que coordena o estudo.

 

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Tatiana estuda os polvos em Fernando de Noronha há 20 anos. Ela, inclusive, descobriu uma nova espécie, a Octopus insularis , que apresenta comportamento diurno.

 

Um fator que favoreceu a escolha de Fernando de Noronha foi a limpidez da água - o que facilita o trabalho da nova pesquisa.

 

“Se a gente conseguir comprovar em ambiente natural que o polvo possui senciência, será a primeira vez que a gente vai revelar para o mundo as emoções internas desse animal”, declarou Tatiana Leite.Para comprovar a teoria, pesquisadores fazem testes


 Um boneco em formato de moreia, confeccionado em 3D, é usado para avaliar a reação do polvo à possibilidade de ser atacado;

 

 A emoção positiva é avaliada quando o animal visualiza o boneco de um siri - que faz parte da cadeia alimentar do polvo;

 

A emoção neutra é estudada apresentando um objeto novo, que ele não conheça.

 

Tudo é filmado e o animal não é manipulado, apenas observado. Os pesquisadores realizam mergulhos para observar de perto as reações.

 

Os resultados prévios indicaram que existe diferença de comportamento entre animais da mesma espécie.

 

“Alguns desses animais são mais ousados; têm menos medos. Outros, são mais tímidos”, afirmou a bióloga Michaella Andrade, estudante de doutorado da Universidade Federal do ABC (UFABC).


Michaella declarou que o estudo quer entender como os polvos expressam as emoções. Um dos aspectos observados é a relação entre a mudança de cor do animal e as sensações.

 

“Nós observamos, nos estudos preliminares, que os animais tímidos ficam com coloração mais pálida quando estão em momentos de medo. Eles apresentam postura de braços abertos, para afugentar o humano ou outro animal”, disse a bióloga.


Em situações de brigas ou disputas entre animais a cor também muda.

 

“Em caso de briga entre polvos, eles usam coloração escura. Geralmente o animal que está batendo no outro fica mais escuro”, revelou Michaella Andrade.

 

A professora Tatiana Leite contou que o polvo tem células com pigmentos de tinta.

 

“Essa espécie que estudamos tem cinco tipos de cores: preto, branco, laranja, amarelo e vermelho. Além dessas cores, eles podem refletir a cor do ambiente, uma variedade enorme”, indicou a pesquisadora.

 

Tatiana explicou que o animal expele tinta quando está estressado.

 

“Ele joga tinta para disfarçar; o predador vai em direção à tinta e o polvo vai para o outro lado. A tinta também deixa o predador meio zonzo”, informou.


A pesquisa de campo em Fernando de Noronha também conta com a participação do professor Cristiano Albuquerque, da Universidade Federal Rural do Semiárido de Mossoró (UFERSA) e da aluna de pós-graduação de neurociências, Mizziara de Paiva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

 

A pesquisa conta com o apoio do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).

 

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O trabalho deve ser realizado por quatro anos no arquipélago de Fernando de Noronha. Se a tese dos pesquisadores for comprovada, a pesquisa pode ser uma referência para estudos do tipo no mundo.

 

Fonte: G1
 

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