01 de Junho de 2024 - Ano 10
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22/07/2021

EUA impõem sanções a general e brigada de Cuba por repressão a protestos; Biden diz que 'é apenas o começo'

Foto: Reprodução

Cubanos enfrentam policiais à paisana durante protestos contra o governo, em Havana, Cuba, em 11 de julho

O governo americano anunciou, através do Departamento do Tesouro, sanções individuais contra o general Álvaro López Miera, atual ministro das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, e contra a Brigada Especial do Ministério do Interior, conhecida como Boinas Negras.

 

Segundo o governo americano, a entidade foi responsável pela repressão aos protestos de 11 de julho, que terminaram com centenas de detidos. Em nota, o presidente americano, Joe Biden, disse que as novas sanções “têm como alvo os responsáveis pela repressão aos manifestantes”, e que são apenas o primeiro passo na resposta americana.

 

“Este é apenas o começo”, disse Biden em comunicado. “Os Estados Unidos condenam as detenções em massa e os julgamentos simulados em Cuba e continuarão a punir os indivíduos responsáveis pela opressão do povo cubano.”

 

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Segundo a nota, Washington está revisando sua política de remessas para “maximizar o apoio ao povo cubano” e também está empenhado em retomar as atividades da Embaixada dos EUA em Havana para fornecer serviços consulares, “ao mesmo tempo em que garante a segurança dos diplomatas americanos que servem em Cuba”. No comunicado, Biden afirmou que vem trabalhando com parceiros regionais para pressionar Havana a libertar prisioneiros políticos e restaurar o acesso à Internet na ilha, bloqueada várias vezes desde as manifestações.

 

EUA aplicam sanções após repressão a protestos em Cuba; Biden diz ser só o  começo Por Reuters

 

Miera e a Brigada Especial do Ministério do Interior foram alvo de sanções sob a Lei Magitsky, que pune violações de direitos humanos e corrupção por parte de agentes estatais. A brigada já havia sido punida em janeiro pelo governo de Donald Trump, que tinha como alvo todo o ministério e o ministro do Interior, Lazaro Alberto Alvarez Casas.

 

Desde que assumiu, Biden vinha tentando implementar uma nova política em relação a Cuba para reverter parte das mais de 240 sanções adotadas por Trump, incluindo restrições a viagens e a remessas. Mas, após os protestos na ilha, os maiores desde 1994, o presidente enfrentou críticas de setores de ambos os partidos no Congresso, que pedem uma retaliação mais forte contra o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, e seu governo.

 

Cuba chama sanções de 'infundadas e caluniosas'


Após o anúncio, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, rejeitou as sanções que chamou de “infundadas e caluniosas” e instou os Estados Unidos a aplicarem tais medidas a seu próprio histórico de “repressão diária e brutalidade policial”.

 

“Os Estados Unidos deveriam aplicar a Lei Magnitsky a si mesmos por atos de repressão diária e brutalidade policial que custaram 1.021 vidas em 2020”, escreveu Rodríguez no Twitter.

 

Mais de dez dias após os protestos, o governo cubano continua sem dar um número oficial de detidos, embora várias fontes afirmem que são centenas, a maioria jovens. Pouco a pouco, alguns dos presos vão sendo libertados, alguns aguardando julgamento sob prisão domiciliar e e outros sem acusações formais. Vários deram depoimentos sobre suas detenções e denunciaram abusos policiais e violência excessiva nas ruas e nas delegacias.

 

As manifestações foram consideradas “pacíficas” pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA, que, ao condenar “a repressão estatal e o uso da força”, relatou pelo menos uma morte e 151 pessoas presas ou com paradeiro desconhecido. Também descreveu vários ataques da polícia contra membros da imprensa.

 

EUA impõe novas sanções contra Cuba após onda de protestos | Exame

 

— O povo cubano está protestando pelos direitos fundamentais e universais que seu governo deve lhes garantir — frisou a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, ao anunciar as sanções nesta quinta-feira.

 

A nova resposta de Biden a Cuba foi delineada na noite de quarta-feira em uma teleconferência com ativistas democratas cubano-americanos em Miami, que pediam mais ações. Não está claro, no entanto, quais efeito as sanções terão, uma vez que é improvável que o general tenha ativos nos EUA ou esteja envolvido em negociações comerciais com empresas americanas.

 

Em carta a Biden, movimento de solidariedade a Cuba | Internacional

Fotos: Reproduções

 

Na terça-feira, o governo americano já havia adiantado que analisa expandir o corpo de funcionários americanos na embaixada em Havana e criar um canal que permita o envio de remessas a Cuba sem controle oficial.

 

Trump, que reforçou o embargo econômico que os Estados Unidos aplicam a Cuba desde 1962, para forçar uma mudança de regime, também suspendeu a transferência formal de dinheiro para Cuba. Antes das sanções, as remessas de residentes nos EUA somavam entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões anuais à ilha, a terceira maior fonte de financiamento de Havana, depois de turismo e serviços.

 

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O republicano também retirou a maior parte de sua equipe diplomática do país caribenho em setembro de 2017, citando misteriosas doenças que atormentavam seus diplomatas. As circunstâncias do mal estar permanecem obscuras, mas as autoridades americanas geralmente culpam a inteligência russa

 

Fonte: O Globo

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