26 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
26/03/2020

EUA passam China em número de contágios por novo coronavírus

Foto: Reprodução

País já tem mais de 80 mil casos, indicam sites de monitoramento em tempo real; Trump quer dividir EUA por número de infecções e impacto social

Começou a temida explosão da Covid-19 nos Estados Unidos. Os números oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não saíram, mas nesta tarde sites de monitoramento em tempo real da Covid-19 mostram que os Estados Unidos são hoje o país mais afetado pela pandemia, passando a Itália e a China. Médicos de Nova York dizem que já estão trabalhando no “modo de desastre” e esperam uma “chegada apocalíptica” de pacientes aos hospitais, que enfrentam falta de equipamentos.

 

O Congresso se prepara para aprovar um pacote de US$ 2 trilhões, num cenário em que as medidas de contenção não são consideradas suficientes para deter a pandemia. Num único dia, os EUA registraram mais 13.968 casos novos de Covid-19. Segundo o Worldometer, que faz estatística em tempo real, os EUA tinham ontem 82.179 casos. A China, 81.285. A Itália está em terceiro lugar, com 80.589. Outros serviços de monitoramento, como o do New York Times mostram a explosão de casos logo em seguida.

 

Não faltaram avisos de que esse dia chegaria. A comunidade científica alertava desde janeiro o governo do presidente Donald Trump de que o país seria duramente atingido. Mas só nos últimos 15 dias a Casa Branca começou a tomar medidas mais substanciais, ainda assim, relutantes em relação ao isolamento social. Sem barreiras de verdade, o vírus seguiu então o ritmo projetado pelos cientistas, e explodiu.

 

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O aumento explosivo do número de casos era esperado por dois motivos. Primeiro, porque os EUA, com grande atraso, finalmente começaram esta semana a testagem em massa. E a propagação que era estimada se materializou em números.

 

Brasil no padrão americano


Mas não é só. A situação dos EUA preocupa mais porque o país, diferentemente de China e Itália, tem vários focos importantes de dispersão do novo coronavírus. Na China, a doença se concentrou fortemente em Hubei. Na Itália, na Lombardia. Já os EUA mostram focos ativos de propagação de Leste a Oeste. O país também tem a terceira maior população do mundo. São 330 milhões de habitantes expostos ao novo coronavírus.

 

Epidemiologistas têm alertado que o Brasil segue o padrão americano, com focos significativos em São Paulo e Rio de Janeiro.

 

O número de mortes nos EUA, porém, ainda é significativamente menor do que o da China e, sobretudo, o da Itália. O país tem 1.177 mortes, 150 delas novas. Na Itália, são 8.215, sendo 712 novas. E na China, 3.287, sendo seis novas.

 

A diferença na testagem explica em parte a diferença. Nos últimos dias, os EUA estão testando muito mais do que a China e a Itália. A China não chegou a testar em massa os casos leves e assintomáticos, então seu número real de casos pode ser muito maior e a taxa de mortalidade, menor. Porém, como nos EUA a doença está em curva ascendente e a China, em descendente, o número de mortes lá poderá superar o dos chineses.

 

Já a Itália também testou pouco e descobriu a intensa contaminação da população tarde, quando a Covid-19 estava completamente descontrolada. A tendência é que nos próximos dias o número de mortes comece a se reduzir. Nos EUA, mais uma vez, ocorre o contrário.

 

'Sem apertar mãos'


Em seu briefing diário sobre a doença nos EUA, o presidente Donald Trump atribuiu o aumento no número de casos à expansão na realização de testes, sem mencionar diretamente o fato de o país ter mais confirmações do que a China. Ele revelou que deve conversar com o líder chinês, Xi Jinping, porém sem revelar a pauta, apenas dizendo que os dois falarão sobre o coronavírus.

 

— Não se sabe que números são esses da China — respondeu, afirmando que os EUA estavam fazendo progressos contra o vírus. — Uma coisa é contrair a doença. Outra coisa é morrer dela.

 

Trump também se mostrou confiante ao dizer que o país "deve se abrir em breve" e que os americanos "querem voltar logo a trabalhar". Mesmo assim, deixou claro que essa reabertura não significará o completo abandono das recomendações do governo. Para ele, muitas pessoas "não vão mais apertar as mãos" quando a vida começar a voltar ao normal.

 

— Estamos tomando conta dos nossos cidadãos. Essa é uma crise médica — acrescentou.

 

No briefing, o vice-presidente Mike Pence disse ainda que laboratórios estão desenvolvendo um teste que dá resultado em 15 minutos — ele já está sendo analisado pelas autoridades sanitárias.

 

Mais cedo, Trump enviou uma carta aos governadores de estados e territórios propondo dividir o país em áreas de pequena, média e alta incidência de infecções. Isso ajudaria, segundo o presidente, a melhorar os critérios para envio de ajuda e também para, em uma etapa seguinte, definir a eventual reabertura de comércios e serviços. O presidente deixa claro que, apesar de defender uma ação dura para conter o coronavírus, quer que a sociedade volte à normalidade "o quanto antes".

 

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Nos EUA, as medidas de restrições sociais e mesmo quarentena são implementadas pelos governadores, que ainda não sinalizaram se vão ou não aceitar as propostas. Mesmo assim, o presidente deixa claro que qualquer decisão será tomada "com o aval de especialistas médicos". Ainda não há prazo para essa "flexibilização". 

 

O Globo

 

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