Palestinos do lado de fora da agência da ONU para refugiados palestinos na Faixa de Gaza, em março de 2024
Em uma votação no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos vetaram o reconhecimento de Estado Palestino como membro pleno da ONU nesta quinta-feira (18).
Os americanos afirmaram que um Estado Palestino independente deveria ser criado em uma negociação entre Israel e a Autoridade Palestina, e não em uma votação da ONU.
A etapa no Conselho de Segurança é anterior a uma eventual votação na Assembleia Geral, onde a medida provavelmente iria passar, pois cerca de 140 países reconhecem a Palestina como um Estado (é mais do que os dois terços necessários).
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No Conselho de Segurança é preciso ter 9 votos de 15 membros e também que ninguém vete (quatro países têm poder de veto: China, França, Rússia, Reino Unido e EUA).
Além do veto dos EUA, dois países se abstiveram de votar: Reino Unido e Suíça.
O texto da resolução vetada dizia que a Assembleia Geral iria admitir o Estado da Palestina como membro da ONU.
Os palestinos têm status de observador nas Nações Unidas desde 2012. Eles fazem uma campanha há anos para obter a adesão plena.
A guerra entre o grupo terrorista Hamas e as forças de Israel na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro do ano passado. Os israelenses têm aumentado a quantidade de colônias na Cisjordânia.
Na rede social X (antigo Twitter), o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a proposta de reconhecer um Estado palestiniano, "seis meses depois do maior massacre de judeus desde o Holocausto e depois dos crimes sexuais e crimes contra a humanidade cometidos pelos terroristas do Hamas, é uma recompensa ao terrorismo".
Ele agradeceu aos EUA por terem vetado a proposta.
SEGUNDA TENTATIVA
Essa foi a segunda tentativa dos palestinos para se tornarem um membro pleno da ONU. Da primeira vez, eles não conseguiram apoio mínimo no Conselho de Segurança (é preciso ter 9 dos 15 votos, além de nenhum veto).
Antes da votação desta quinta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, disse que os EUA "têm sido muito claros que ações prematuras em Nova York, mesmo com as melhores intenções, não alcançarão a autonomia para o povo palestino".
Foi o vice--embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, quem afirmou que a entrada da Palestina deve ser o resultado de negociação entre os israelenses e palestinos. Ele diz que o reconhecimento "é algo que deve surgir do resultado dessas negociações".
REPRESENTANTE PALESTINO
O representante palestino, Ziad Abu Amr, disse que a resolução concederia ao povo palestino a esperança "de uma vida decente em um Estado independente".
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Ele afirmou que essa esperança "se dissipou ao longo dos últimos anos devido à intransigência do governo israelense que rejeitou essa solução publicamente e de forma flagrante, especialmente após a guerra destrutiva contra a Faixa de Gaza".
Fonte: G1