O estresse nada mais é do que é uma reação química do organismo a um desequilíbrio causado por fatores externos, como situações problemáticas, ameaças e momentos de pressão. Neste contexto, existe um senso comum de que todo estresse é negativo: contudo, o fenômeno também pode ser sentido em situações boas, como assumir um novo cargo no trabalho, planejar uma viagem ou se encontrar com uma pessoa amada, por exemplo. Especialistas afirmam que o estresse faz parte da natureza humana e pode nos ajudar a ter bons desempenhos diante de situações exigentes.
O terapeuta natural e quiroprata Francisco Kaiut explica que existem vários tipos de estresse e eles estão relacionados à necessidade, ao risco ou à criação de soluções. O estresse crônico — aquele de longo prazo, que estimula o cortisol, hormônio que, quando elevado, pode acarretar em doenças cardíacas, danos ao tecido muscular e à saúde mental — é o considerado ruim. Já o estresse positivo é o de curto prazo, que motiva a pessoa a alcançar uma meta ou a superar a si mesma.
“Existem tipos de estresse que são positivos. Usar o corpo de forma geral com sabedoria em atividades de tensão que provoquem o cérebro, como aprender um novo idioma, pode ser benéfico. Neste caso, você demanda uma intensidade do corpo por um curto período de tempo e colhe um resultado positivo”, certifica Kaiut.
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Outros exemplos de estresse positivo citados pelo especialista são o jejum, que hoje é frequentemente mencionado como um recurso de saúde, e também o banho gelado. Contudo, ele afirma que nem todas as pessoas são capazes de administrar seus sentimentos em momentos de sobrecarga emocional, e o que poderia ser um estresse motivador, torna-se crônico.
“O estresse crônico é a ausência de equilíbrio entre estresse e relaxamento, a intensidade de demanda e repouso. Essa incapacidade de administrar os sentimentos de tensão por muito tempo realmente é danosa e afeta o sistema nervoso e o corpo”, afirma o quiroprata.
Uma reação natural
O estresse é uma resposta automática de proteção e defesa do organismo. Quando submetido a momentos de tensão e medo, o corpo entra em ação, liberando na corrente sanguínea hormônios que elevam a frequência cardíaca, aumentam a pressão arterial e a energia, preparando o indivíduo para lidar com o problema ou situações novas.
Mas, quando o indivíduo não consegue equilibrar os níveis desses hormônios, o organismo começa a sofrer um colapso gradual. Quanto mais tempo o cenário durar, ou quanto mais grave ele for, mais estressada a pessoa pode ficar.
O fenômeno pode causar sintomas físicos e psicológicos. Dores no corpo, alterações no sono, impaciência e esquecimento, por exemplo, estão diretamente relacionados ao estresse negativo e precisam de atenção. Atividades físicas regulares, alimentação saudável e meditação são importantes para melhorar a qualidade do sono, da memória e controlar a ansiedade, entre outros benefícios, trazendo bem estar físico e mental. Assim, é possível manter o equilíbrio e evitar o desenvolvimento de doenças.
Mude a perspectiva do estresse
O terapeuta Kaiut aconselha as pessoas a enxergarem o estresse como seu aliado e usá-lo para evoluir, adotando estratégias que ajudem a lidar com as adversidades do dia a dia.
De acordo com o especialista, quando se muda a forma de compreender o estresse, o mecanismo pode ser usado para ativar o corpo e a mente, proporcionando mais motivação e disposição. Em contrapartida, quando a resposta emocional é feita de modo negativo, a tendência é que as estratégias de resolução dos problemas não sejam eficazes.
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“Para mim, o importante não é evitar o estresse, mas ser capaz de entrar e sair da tensão em modo de relaxamento. Quando o indivíduo encontra essa capacidade de fluidez entre estresse e não estresse, ele passa a manter o equilíbrio da vida”, conclui.
Fonte: Metrópoles
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