Mensagem transmitida em cadeia nacional de rádio e TV defendeu fim do isolamento social como forma de combate ao coronavírus, que já deixou 46 mortos no país
Filhos do presidente Jair Bolsonaro e aliados politicos utilizaram as redes sociais para defender o pronunciamento dele, exibido nesta terça-feira em cadeia nacional de rádio e televisão. Contrariando medidas recentes de prefeitos e governadores, Bolsonaro defendeu o fim do isolamento social como forma de combate ao avanço do novo coronavírus, que já deixou 46 mortos no país.
O senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ) fez coro à fala do pai, exaltou-o pela "coragem" e pediu que as pessoas voltem a trabalhar.
"Aqueles que torcem para que o vírus vença o Brasil estão revoltados com a coragem do presidente de escancarar a verdade! Vamos sair do isolamento horizontal para o vertical, protegendo os mais vulneráveis e permitindo que pessoas voltem a trabalhar", escreveu o Flávio.
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O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) escreveu que "líderes mundiais se preparam para o fim do confinamento".
"Resguardar os grupos de riscos e permitir que a epidemia tenha sua natural curva de declínio — igual foi com o H1N1, que é mais letal do que o coronavírus — sem que com isso a recessão destrua todos os países", registrou parlamentar.
O líder do governo na Câmara, deputado Vítor Hugo (PSL-GO), também elogiou o presidente.
"Excelente pronunciamento do nosso presidente! A sua visão de estadista e a sua coragem em ir na contramão da histeria coletiva, construída sem critérios racionais, vão salvar as vidas de milhões de brasileiros", escreveu.
Contramão
Em nota oficial divulgada pouco após o fim do pronunciamento, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), classificou as falas de Bolsonaro como "graves" e afirmou que o Brasil precisa de uma "liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população". O texto também foi assinado pelo primeiro vice-presidente do Senado, Antônio Anastasia (PSD-MG).
Além de Alcolumbre, houve críticas de governadores e parlamentares. Na esfera estadual do Executivo, demonstraram desagrado com o pronunciamento os governadores Wilson Witzel (PSC-RJ), Renato Casagrande (PSB-ES) e Flávio Dino (PC do B-MA).
Houve reprovação também na Câmara dos Deputados, como mostraram mensagens publicadas pelos parlamentares Joice Hasselmann (PSL-SP) e Alessandro Molon (PSB-RJ), entre outros. No Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Weverto Rocha (PDT-MA), líderes de seus partidos na Casa, também criticaram Bolsonaro.
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Manifestou-se ainda o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. No Twitter, ele disse que a crise não suporta a insensatez e afirmou que "a pandemia da Covid-19 exige solidariedade e co-responsabilidade".
O Globo