Por Xico Nery, correspodente do "PORTAL DO ZACARIAS" no interior do Amazonas - De Norte a Sul do Estado do Amazonas, apesar das denúncias feitas pela mídia e entidades extrativistas e indígenas, os garimpos ilegais no Estado do Amazonas mais que dobraram nas últimas três décadas.
No Norte do Estado, a presença de dragueiros e garimpeiros associados a cooperativas de mineração e compradoras de ouro extraído ilegalmente de terras indígenas (principalmente dos Yanomamis, Baré e Munducuruku) tem afrontado a legislação ambiental e as organizações sociais que habitam terras protegidas na Constituição de 88.
Esse é o pensamento emitido nos últimos anos por lideranças que ainda temem ser assassinadas por grandes mineradoras, garimpeiros e donos de dragas advindos dos estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e do exterior, principalmente da vizinha Rondônia e do Mato Grosso.
Veja também
Imagens de satélites e fotografias tiradas por dirigentes indígenas da região do Rio Negro e Madeira, mostrando as áreas mais afetadas pelo garimpo ilegal, “ao que parece não têm sensibilizado as autoridades do estado e da União Federal e autoridades amazonenses”.
Os fortes apelos de indígenas e suas entidades representativas para que o Governo haja com rigor e acabe de vez com as usurpações de bens da União, como o roubo de madeiras, essências naturais (copaíba, andiroba etc), além do tráfico de animais silvestres e quelônios, “não tem sensibilizado sobretudo as autoridades federais”.
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN),acha curiosa a falta de posição definitiva de órgãos de controle ambiental (Estado e União) para conter a “farra” dos garimpos ilegais. A entidade vai mais além e denuncia dragas com lanças de mais de 25 e 45m, que continuam operando nos leitos dos rios, córregos e igarapés da região.
Em documento a procuradores da República e ao Departamento de Polícia Federal (DPF-DF), além de aos ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, a FOIRN denuncia o funcionamento de colônias de superdragas, escarifuças (balsas de 4 a 8 polegadas) e pouso de hidroaviões em áreas de postos de vigilância, observação e fiscalização da Funai e em bases do órgão ao longo do Rio Negro e região.
Os indígenas e extrativistas afirmam que é impossível admitirem a presença de dragueiros e garimpeiros que “roubam nossas riquezas, estupram nossas mulheres, disseminam drogas, álcool, armas e munições entre jovens, e matam os homens que reagem às atividades ilegais”.
Em linhas gerais, as lideranças dos territórios indígenas e das comunidades extrativistas já demonstraram que “a máfia dos garimpos ilegais parece ter postas nossas autoridades de joelhos”. Destacam que “a presença deles com nossa gente é criminosa, abusiva e intolerável”.
Em outras Cortes de Justiça, como nos Estados Unidos, França e Países Baixos, é implacável e constante o combate a garimpos ilegais, crimes sexuais contra indígenas, comércio de drogas, álcool, armas, munições e voos clandestinos.
As denúncias, até agora, segundo lideranças consultadas, ainda não surtiram o efeito esperado do ponto de vista legal. Para os indígenas, “o Estado e a União parecem estar adormecidos para o perigo que representam garimpos ilegais, garimpeiros, o uso de mercúrio e outros metais pesados jogados em nossos nos rios”.
De acordo com histórico de âmbito federal apurado pelo “PORTAL DO ZACARIAS”em retrospectiva das operações de combate da PF e MPF a garimpos ilegais, comercialização e usurpação de bens da União atribuídas a empresas compradoras de ouro, a Cooperativa de Garimpeiros e Mineração da Amazônia (COOGAM), é a que mais aparece em parte do ranking das investigações da Polícia Federal na Amazônia Ocidental, Oriental e Legal.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram
VEJA VÍDEOS: