Com investimento, startup brasileira passa a valer US$ 30 bilhões e se torna o maior banco digital do mundo
O Nubank anunciou nesta terça-feira o recebimento de um aporte de US$ 500 milhões da Berkshire Hathaway, a gestora do bilionário Warren Buffett. Com isso, o banco digital brasileiro, startup considerado um "unicórnio" por ter ultrapassado a valorização de US$ 1 bilhão em 2018, atinge agora valor de mercado de US$ 30 bilhões, o que, segundo a instituição, o torna o maior banco digital autônomo do mundo.
O Nubank tem 40 milhões de clientes.
Buffet é um dos homens mais ricos do planeta, com fortuna superior a US$ 100 bilhões. Tem negócios em sociedade com o 3G, fundo do também bilionário brasileiro Paulo Lemann. Mas investimentos diretos pelo americano em empresas brasileiras são raros, o que mostra o bom momento do Nubank.
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Segundo o banco digital, nos cinco primeiros meses do ano, a instituição conseguiu crescer a um ritmo de 45 mil novos clientes por dia.
Dentro de sua nova estratégia de seguros, o Nubank - que também atua na Colômbia e no México - somou 100 mil apólices em três meses.
Além do investimento de Buffett, o Nubank informou que recebeu mais US$ 250 milhões de um grupo liderado pela Sands Capital. Participaram desse aporte as brasileiras Verde Asset e Absoluto Partners, gestora de recursos cofundada por José Zitelmann e Gustavo Hungria.
Segundo o banco, o aporte contou também com uma série de renomados investidores do setor de tecnologia, como Canada Pension Plan Investment Board (CPP Investments), MSA Capital e Sunley House Capital (um braço da Advent International).
Aporte de US$ 2 bi em oito anos
Esses US$ 750 milhões anunciados hoje são uma extensão da captação de série G anunciada em janeiro pelo banco. Naquele momento, o Nubank levantou US$ 400 milhões. Com o capital adicionado agora, a rodada totaliza US$ 1,15 bilhão, mais da metade do que o Nubank levantou ao longo de toda a sua história.
“O Nubank estabeleceu um novo paradigma no mercado, que tem obrigado todos os players a revisarem seus processos e produtos. E, como costumo dizer, para nós, no Nubank, ainda é o primeiro dia. Ainda há muito a fazer”, afirmou , em nota, o fundador e presidente do Nubank, David Vélez.
Criado em 2013, com um aporte de US$ 2 milhões, o crescimento do Nubank foi exponencial. Já em 2014, recebeu uma nova injeção de US$ 15 milhões e, no ano seguinte, mais US$ 82 milhões.
Esses valores foram crescendo até a chamada "série G" de levantamento de capital do banco e somam cerca de US$ 2 bilhões ao longo desses oito anos. O objetivo da instituição é acelerar o crescimento.
Vélez lembrou que cerca de 50% da população da América Latina ainda não têm conta bancária. A penetração do cartão de crédito é de, em média, 21%, enquanto nos Estados Unidos este número bate 70%.
"Este novo financiamento vai nos ajudar a manter democratizando o acesso aos serviços financeiros em toda a região. Temos a honra de receber um investidor de classe mundial para nos apoiar nessa jornada ”, acrescentou o executivo em nota.
Fonte: O Globo