Acordo com empresa israelense ainda depende de aprovação de autoridades regulatórias
Depois de meses de negociações marcadas por idas e vindas, o Google anunciou nesta terça-feira aquisição da Wiz, startup israelense de cibersegurança em nuvem, por US$ 32 bilhões. A transação é a maior aquisição da história da Alphabet, o grupo controlador do Google.
No ano passado, a big tech havia oferecido US$ 23 bilhões pela empresa, mas a proposta foi recusada. A Wiz, na época, chegou a sondar uma possível abertura de capital (IPO), mas depois desistiu da operação.
O acordo fechado agora envolve uma transação direta, sem a troca de ações ou participações, o que significa que os fundadores e investidores da Wiz receberão o valor bilionário ofertado pela Alphabet de forma integral. A negociação ainda precisa ser aprovada pelas autoridades regulatórias.
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Segundo a Alphabet, a aquisição representa um investimento para acelerar o que define como duas grandes tendências “em crescimento na era da inteligência artificial”: a melhoria da segurança na nuvem e a capacidade de utilizar múltiplas nuvens.
"O papel crescente da IA ??e a adoção de serviços em nuvem mudaram drasticamente o cenário de segurança para os clientes, tornando a segurança cibernética cada vez mais importante na defesa contra riscos emergentes e na proteção da segurança nacional", afirmou a empresa, em comunicado.
Com a incorporação, o Google busca se tornar mais competitivo em relação aos concorrentes Amazon e Microsoft, que também vêm ampliando os investimentos em cibersegurança para o mercado de nuvem. Apesar do crescimento nos últimos anos, a divisão de nuvem da Alphabet ainda fica atrás da AWS (da Amazon) e do Azure (da Microsoft) em participação nesse mercado.
Até a compra da Wiz, a maior aquisição já feita pelo Google tinha sido a da Motorola Mobility, por US$ 12,5 bilhões, em um negócio concluído em 2012.
UM 'FOGUETE' PARA A WIZ
A aquisição foi descrita pelo CEO da Wiz, Assaf Rappaport, como para a startup, que está no mercado há apenas cinco anos. Segundo ele, a união com o Google seria como "prender um foguete às costas" da startup. "Isso acelerará nosso ritmo de inovação além do que poderíamos alcançar como empresa independente", afirmou.
Fundada em 2020, a Wiz cresceu rapidamente ao oferecer soluções de segurança em nuvem, atraindo grandes clientes e investidores de peso.
No ano passado, após um aporte de US$ 1 bilhão feito por fundos, a startup foi avaliada em US$ 12 bilhões. Entre os principais investidores, estão grandes fundos de capital de risco do Vale do Silício, nos EUA, incluindo a Andreessen Horowitz, a Lightspeed Venture Partners, a Salesforce Ventures e a Sequoia Capital.
Segundo Thomas Kurian, CEO do Google Cloud, os produtos da Wiz vão continuar operando e disponíveis em nuvens concorrentes, incluindo Amazon Web Services (AWS), Azure e Oracle Cloud. Isso significa que a empresa via continuar operando como uma plataforma independente, que é compatível com outros provedores de nuvem além do Google.
“Nosso objetivo é oferecer aos clientes maior segurança para sistemas empresariais e reduzir os custos de manutenção da segurança em ambientes locais e multicloud”, afirmou o executivo que comanda a divisão de computação em nuvem do Google.
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O acordo ainda terá que passar pelo escrutínio de reguladores antitruste americanos, que nos anos do governo de Joe Biden apertaram o certo contra as big techs. A expectativa é que a tendência antiregulação do governo de Donald Trump imponha menos barreiras para a aprovação do negócio. Uma decisão definitiva deve acontecer apenas em 2026.
Fonte: O Globo