O Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, revelou neste último sábado (29), por meio de suas redes sociais, que determinou notificação à empresa aérea Gol para que preste explicações sobre a expulsão de uma passageira negra.
Vídeo que circula pelas redes mostra o momento em que Samantha, uma mulher negra, é retirada do voo por policiais federais. Para testemunhas que gravaram toda a cena, trata-se de um caso de “racismo violento”.
“Já determinei a notificação da Gol para prestar explicações sobre o episódio em que uma passageira negra foi retirada de um voo. Ao que parece mais um caso de racismo nas relações de consumo.
Veja também
Justiça derruba suspensão do Telegram, mas mantém multa diária de R$ 1 milhão
Justiça cassa liminar que suspendeu o Telegram no Brasil
A Secretaria Nacional do Consumidor atuará com firmeza contra o racismo no consumo", afirmou Wadih Damous.
ENTENDA O CASO
O apresentador Manoel Soares, da TV Globo, denunciou através das redes sociais, na noite desta sexta-feira (29), um caso de aparente motivação racista: uma mulher negra foi retirada de um voo da GOL antes da decolagem em Salvador (BA) rumo a São Paulo (SP) e teria, supostamente, ficado detida no aeroporto.
"Voo 1575 de Salvador para São Paulo. Samantha ainda está, até esta postagem, detida no aeroporto e não sabe o porquê. GOL, qual explicação para uma atitude dessas? Esperamos que não seja o que parece", escreveu Manoel Soares junto a um vídeo que mostra a mulher expondo aos demais passageiros o ocorrido pouco antes de ser retirada da aeronave por agentes da Polícia Federal.
Pouco antes da publicação de Manoel Soares, a ilustradora Isabella Ismile, administradora do perfil "Maflô" (@eipretinha), havia detalhado a situação a partir de relato de seu irmão Pedro Henrique, que estava no mesmo voo.
Segundo ele, o voo já estava atrasado e, quando os passageiros entraram na aeronave, começaram a colocar suas bagagens de mão nos compartimentos. Samantha tentou guardar sua mala também, mas já não havia mais espaço, e os comissários disseram que ela teria que despachar a bagagem. A mulher, porém, não aceitou, já que levava um laptop que, se fosse despachado, corria o risco de ser danificado.
"O voo já estava muito atrasado, entrou todo mundo e na hora que ela entrou já não tinha mais lugar para ela colocar a mochila dela no bagageiro. Ela disse que não ia despachar a mochila porque estava com um laptop e ia quebrar e os comissários só falaram que não ia decolar enquanto ela não despachasse a mochila.
E aí ela, por conta própria, levantou e foi checar o bagageiro para achar um espaço e colocar a mochila dela. Passado isso, tudo se acalmou e depois ninguém sabia passar porque o voo estava atrasando, passou horas, horas e horas, e aí apareceu a Polícia Federal", disse Pedro.
No vídeo compartilhado por Manoel Soares, a mulher que foi retirada do voo, identificada como Samantha, aparece questionando a atitude dos policiais federais.
Voo 1575 de Salvador para São Paulo.
— Manoel Soares - TV (@ManoelSoares_) April 29, 2023
Samantha ainda está, até esta postagem, detida no aeroporto e não sabe o porque.@VoeGOLoficial qual explicação para uma atitude dessas?
Esperamos que não seja o que parece. pic.twitter.com/ViJ1z8JNp1
"Se eu despachasse com meu laptop, ficaria aos pedaços. Os comissários não moveram um dedo para me ajudar. Quem me ajudou foi esse senhor e essa senhora, que em 3 minutos conseguimos dar um jeito e colocar minha mochila. Os comissários falaram para mim que se a gente não pousasse em Guarulhos a culpa seria minha porque eu não queria despachar a mochila
. A culpa não é porque o voo tá mais de 2 horas atrasado, a culpa é minha. Faz mais de 2 horas que coloquei minha mochila aqui e o voo ainda não decolou", afirma.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram
Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram
"Agora, vem 3 homens para me tirar do voo sem falar o motivo. Eu perguntei qual é o motivo, ele disse que não vai falar e que se eu não sair desse voo ele vai pedir para todo mundo sair, que eu estava desobedecendo e cometendo um crime", prossegue a mulher.
Fonte: Revista Fórum