Grávidas que receberam a Coronavac, vacina contra a Covid-19, podem transmitir anticorpos para os filhos, indica estudo divulgado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
A imunização vertical, que ocorre de mãe para filho, já havia sido registrada em relação a outras vacinas contra a Covid-19. Agora, pela primeira vez, o efeito imunológico é comprovado em gestantes vacinadas com a Coronavac.
O estudo de caso observou uma gestante que transmitiu anticorpos contra o Sars-CoV-2 para o feto por meio da vacinação. As duas doses da vacina foram aplicadas na 31ª e na 34ª semana de gravidez. Isso gerou um aumento de anticorpos na mãe, criando também a resposta imunológica no feto.
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Após nascer, a criança passou por diversas avaliações físicas. Amostras de sangue foram colhidas 24 horas após o nascimento e os testes identificaram que a concentração de anticorpos era de 22%, superior aos 20% considerados como linha de corte.
A hipótese dos médicos é que a imunidade vertical tenha sido adquirida através da placenta. De acordo com os pesquisadores, a transferência dos anticorpos (imunoglobulina G) da mãe ao feto começa no primeiro trimestre e aumenta ao longo da gravidez, variando entre 10% no quinto mês e 50% nas semanas finais.
Proteção
A concentração de anticorpos contra a Covid-19 aumenta ainda mais no terceiro trimestre, permitindo que a proteção do feto seja até maior do que os níveis da mãe. Estudos sugerem que a detecção de outro anticorpo (imunoglobulina M), que também combate o coronavírus, no cordão umbilical do bebê é mais comum nas mulheres que são vacinadas no segundo ou terceiro trimestre de gravidez.
O relato de caso foi feito por pesquisadores da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e Universidade do Estado de São Paulo (Unesp).
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Segundo eles, a vacinação durante a gravidez é uma estratégia para melhorar a saúde das grávidas e dos fetos. “Compreender as características da transferência de anticorpos é crucial para o desenvolvimento de uma vacina para ajudar a proteger os recém-nascidos. No entanto, é importante realizar estudos longitudinais sobre a duração da imunidade para mães e crianças, bem como a necessidade de uma terceira dose”, afirmam.
Fonte: Metrópoles