19 de Maio de 2024 - Ano 10
NOTÍCIAS
Política
21/02/2021

Guedes aguarda ajuste fiscal para decidir seu futuro no governo

Foto: Reprodução

Ministro não deve deixar cargo por interferência na estatal e aposta em reformas para deixar legado de controle das contas públicas, dizem auxiliares

Depois de ter sido derrotado na negociação que culminou na troca de comando da Petrobras imposta pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, aguarda a votação no Congresso de medidas de ajuste fiscal para definir seu futuro no governo.

 

Segundo interlocutores, o episódio na estatal não deve fazer com que Guedes deixe o posto neste momento, mas a aprovação de propostas que tramitam no Congresso para controlar as contas públicas é considerada decisiva para que ele se mantenha no cargo.

 

Na avaliação de um amigo próximo, a perspectiva de deixar como legado um arcabouço que impeça o crescimento descontrolado de gastos públicos é o principal fator que mantém o ministro no cargo, apesar dos desfalques que sofreu no time e da falta de perspectiva em relação ao seu projeto liberal.

 

Veja também 

 

'Vamos meter o dedo na energia elétrica', diz Bolsonaro um dia depois de anunciar troca no comando da Petrobras

 

'Combustível poderia ser, no mínimo, 15% mais barato', diz Bolsonaro

A forma pela qual o Executivo vai encaminhar a prorrogação do auxílio emergencial deve influenciar no processo. A expectativa é que o ministro quebre o silêncio que adotou na crise com a petroleira a partir de segunda-feira para “botar os pingos nos is”, na avaliação de um amigo próximo.

 

Despesas como alvo


Desde que assumiu o cargo, Guedes estabeleceu como alvo principal o controle das despesas do governo. Em seu discurso de posse, o ministro disse que o Brasil foi “corrompido pelo excesso de gastos”. O plano para travar esse processo começou com a aprovação da reforma da Previdência e cortes na taxa de juros, mas foi travado pela dificuldade em diminuir gastos com servidores públicos.

 

A reforma administrativa ficou parada na gaveta de Bolsonaro por um ano e só foi enviada no ano passado, em versão desidratada.

 

Entre muitas crises causadas pelo distanciamento de Bolsonaro do receituário liberal e pela dificuldade de emplacar sua pauta no Congresso, a que mais ameaçou a permanência do “Posto Ipiranga” no cargo foi o impasse sobre a medida que travou gastos com servidores até o fim deste ano, como contrapartida ao auxílio a estados e municípios.

 

O congelamento só foi confirmado após idas e vindas no Legislativo, que quase derrubou o veto presidencial que garantia o freio nas despesas.

 

Ao mesmo tempo em que aguarda pelas reformas, Guedes deve ver mais aliados na mira de futuras trocas no governo. Segundo fontes, a ala militar e parlamentares pressionam para que ao menos dois nomes da sua equipe deixem os cargos: Waldery Rodrigues, secretário especial de Fazenda; e George Soares, secretário de Orçamento Federal.

 

Os pedidos ocorrem ao mesmo tempo em que há a tentativa de recriar o Ministério do Planejamento, pasta responsável por liberar recursos que foi englobada pelo Ministério da Economia, criado pelo governo Bolsonaro.

 

Caso as baixas na equipe se confirmem, o ministro verá crescer o que ele classificou de “debandada” no ano passado, quando Paulo Uebel (Gestão e Governo Digital) e Salim Mattar (Desestatização) deixaram os cargos, insatisfeitos com os rumos do governo.

 

‘Parecido com Dilma’


Nas redes sociais, ex-auxiliares saíram em defesa da agenda liberal e criticaram Bolsonaro pela interferência na Petrobras. “Nunca o governo Bolsonaro foi tão parecido com o governo Dilma como hoje. Nesse momento, Guido Mantega faria absolutamente o mesmo que Paulo Guedes está fazendo. Essa similaridade deve arrepiar qualquer cidadão de bem!”, escreveu Uebel.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no FacebookTwitter e no Instagram. 

Entre no nosso Grupo de WhatsApp.

 

Já Mattar classificou a troca no comando da estatal como “lastimável” e disse que estava “indignado”. “Essa nova interferência na Petrobras só confirma que é preciso privatizar TODAS as estatais e, assim, reduzir o tamanho do Estado”, postou o ex-secretário.

 

Fonte: O Globo 

LEIA MAIS
DEIXE SEU COMENTÁRIO

Nome:

Mensagem:

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

publicidade

Acompanhe o Portal do Zacarias nas redes sociais

Copyright © 2013 - 2024. Portal do Zacarias - Todos os direitos reservados.