Novela será reprisada pela terceira vez no Vale a pena ver de novo a partir desta segunda-feira, dia 12, na Globo
Guilherme Fontes estava nas nuvens, ou melhor, no clima de sombra e água fresca durante a entrevista com o EXTRA para celebrar o retorno de “A viagem” no "Vale a pena ver de novo" a partir desta segunda-feira, dia 12. É que o ator, de 58 anos, está de férias, em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, mas tem memórias quentinhas do inferno fictício em que gravava o remake de Ivani Ribeiro, exibido pela primeira vez na Globo em 1994, quando viveu o inesquecível Alexandre.
— O inferno da ficção era mesmo um inferno. Muito quente, um calor desgraçado (risos). Era muito bem-feito, um pântano imundo, com fogo em volta, em uma pedreira em Niterói, com todos os efeitos disponíveis na época. Já o céu era bem mais fresquinho, gravávamos em Petrópolis, temperatura amena. Mas sabe que não era tão fácil? O gramado era espinhoso, e a gente só podia andar descalço. Não tem sapato no paraíso — relembra o intérprete com bom humor.
O ator já perdeu as contas de quantas vezes se viu como Alexandre em reprises. Mas sempre assiste quando passa. Só na Globo, vai ser a terceira vez que a trama ocupará as tardes diariamente. Além disso, com as redes sociais, trechos das cenas com milhares de visualizações também passam pelo perfil do artista frequentemente. E até os filhos dele (Carlos, de 16 anos, e Carolina, de 19 anos), que nem eram nascidos na primeira exibição, compartilham memes do vilão da trama espírita:
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— Meus filhos dão risada e repassam figurinhas no Whatsapp. Eu faço o mesmo. É engraçado que, até hoje, por onde passo, o público sempre se assusta com minha presença, ou fica nervoso para falar comigo. No carnaval, estive no Sambódromo, e até o segurança da cantora Ludmilla ficou tenso quando me viu. Eu aproveito e faço piada.
Quando encontra Maurício Mattar, o intérprete do mocinho Téo na mesma história, aí a brincadeira entre eles rola solta. Os dois adoram reproduzir a cena clássica em que o vilão passa a atentar o rapaz com frases ditas ao pé do ouvido. "A gente posta foto e repercute", diverte-se. Esse imaginário não só da cena em si, mas das situações de interferência do espírito obsessor, aliás, é o que o ator acredita ser um dos motivos para a novela fazer sucesso até hoje.
— Acho que, dentro de cada um de nós, tem esse lado louco e o desejo de que isso aflore em determinadas situações. Você tem vontade de encher o saco de alguém que está te incomodando. Quer ver uma pessoa errando na sua frente e falar pra ela, ironicamente: “Continue assim que você vai longe”. Além disso, a novela tem temas muito universais, como a traição de parentes, e essa ideia de céu e inferno é forte.
NEM AÍ PARA O INFERNO
Pessoalmente, Guilherme não pensa muito sobre o destino de sua alma quando a vida neste plano acabar.
— As pessoas fazem tanta merda durante a vida que elas acreditam que vão arder no fogo do inferno. E, como não sabem como ele é, correm em busca de uma redenção (risos). Eu tenho formação católica, fui crismado, mas hoje sou apaixonado pela ciência e pelos astros. Não penso em céu e inferno, mas acredito numa energia muito forte que a gente é capaz de emanar, tanto para o bem, quanto para o mal. E, para mim, a melhor frase do catolicismo é: “Deus está no meio de nós”. Nisso eu acredito.
UM SOFÁ EM CADA CANTO
A ideia da reprise tem feito Guilherme Fontes revirar o baú de fotos. Nas redes sociais, ele compartilhou registros de quando interpretou Alexandre, aos 27 anos.
— Eu me orgulho muito deste trabalho. Estava realmente em um momento inspirado. Por isso, revejo sempre. Mas adoro também “Mulheres de areia”. E queria que passassem tramas em que eu me diverti muito, como “Bang bang” (de Carlos Lombardi, 2005) e “Cordel encantado” (de Duca Rachid e Thelma Guedes, de 2011).
Os momentos #tbt têm rendido comentários de fãs, com elogios diversos, sendo o mais constante: “envelheceu como um bom vinho”.
— Eu acho legal, dou risada. Nunca tive crise de idade. Sempre gostei de ficar mais velho e acho que a ciência está cada vez mais fantástica. As pessoas estão aprendendo a ficar mais saudáveis, o que aumenta a longevidade. Além disso, minha autoestima está cada vez melhor. Em todos os sentidos. Porque o importante é a gente seguir adiante — diz o ator, que namora a publicitária Viviane Sarahyba.
E isso se refere até a novos projetos.
— Tenho para o segundo semestre um novo personagem e vou fazer um papel de uma obra de Nelson Rodrigues. Estou animado.
UM SOFÁ EM CADA CANTO
O melhor lugar para ver as reprises é esparramado em um dos sofás que Guilherme Fontes tem na casa dele na Gávea, na Zona Sul carioca. E são vários mesmo. Isso virou até piada para o ator:
— Eu tinha um síndrome de não ter sofá quando era jovem, aí já coloquei logo vários (risos), um cada canto da minha casa. Mas o lugar que mais gosto de sentar é em uma pedra, que fica em meio ao mato, e que faço isso desde a época que construí a casa. Ficava ali por horas, no alto, vendo o Morro Dois Irmãos, sentindo a paz.
O imóvel até virou assunto nas redes sociais dia desses, quando a coluna Retratos da Vida, do EXTRA, mostrou cantinhos do paraíso. E o ator disse que cuida de muita coisa ali por conta própria, sem contar com mil funcionários ao redor.
Fotos: Reprodução
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— Eu fico orgulhoso. É claro que chamo alguém para me ajudar de vez em quando, mas no geral, eu gosto de fazer a minha comida e dos meus filhos, levá-los na escola, cuido do mato... Nunca foi o meu perfil ficar gritando "cadê meu sanduíche?" e dando ordens por aí.
Fonte: Extra