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26/07/2020

Homens foram atraídos para emboscada e executados em tribunal do tráfico no Jacarezinho

Foto: Divulgação

Renato (de camisa branca) e Leonardo pouco antes de serem mortos pelos traficantes

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu esta semana a investigação sobre o desaparecimento de Renato Garcia de Lima, de 43 anos, e Leonardo Alcântara Hilario, de 30, ocorrido em 12 de agosto do ano passado. Segundo as investigações, os dois, que trabalhavam com a instalação de câmeras de segurança, foram atraídos por traficantes com a desculpa de fazer um serviço na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, julgados por um tribunal do tráfico e executados.

 

Os bandidos assassinaram Renato por suspeita de que ele tivesse ligação com a milícia em Nova Iguaçu, na Baixada. Leonardo foi morto apenas porque acompanhava o colega de trabalho.

 

De acordo com a polícia, o plano de vingança do tráfico foi montado depois que a avó de um traficante do Jacarezinho foi expulsa de casa por milicianos no Carmari, em Nova Iguaçu. Renato teria sido identificado pelos bandidos como um dos envolvidos na ação.

 

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De acordo com as investigações, Leonardo e Renato estavam trabalhando juntos há um mês. O primeiro ficaria encarregado do serviço de instalação de câmeras e portões automáticos. Renato era encarregado dos contatos com clientes.

 

No dia do crime, Leonardo teria recebido um áudio encomendando um serviço dentro do Jacarezinho: a instalação de câmeras por toda a comunidade. Renato encontrou o sócio em casa e os dois foram para a favela. Às 11h40, Leonardo ligou para a mulher e contou sobre o serviço. Foi a última vez que ela falou com o marido.

 

Na noite do mesmo dia, a mulher do técnico foi chamada pela sogra para ir à sua casa. Lá, já estavam a mulher de Renato e amigos da dupla. Todos assistiram a um vídeo que circulava em grupos de WhatsApp da comunidade. Nele, Leonardo e Renato apareciam sentados no chão, aparentando medo. Ao fundo, tocava um funk que fazia apologia à morte de milicianos.

 

O carro que Renato alugava para o trabalho de instalação de câmeras foi rastreado pelo proprietário do veículo como estando dentro do Jacarezinho.

 

Parentes entraram no Jacarezinho atrás de vítima

 

Preocupados, parentes de Leonardo entraram no Jacarezinho naquela noite. Não encontraram o veículo usado pelo rapaz, mas esbarraram com um adolescente numa boca de fumo.

 

Ele confirmou ter ouvido que dois homens haviam sido pegos pelos traficantes mais cedo, e sugeriu que os parentes voltassem no dia seguinte, “porque era comum que o plantão da noite não soubesse o que ocorria no plantão da manhã e vice-versa”.

 

Adriano de Souza de Freitas

 

A família fez buscas em hospitais durante a madrugada. Ainda havia esperança de encontrar Leonardo vivo, porque circulavam informações nas redes sociais de que ele estaria bem e seria libertado; Renato, porém, já estava morto.

 

Aleksander de Oliveira Simões

 

Como o marido não aparecia, a mulher de Leonardo foi à Cidade da Polícia, perto do Jacarezinho, fazer o registro de desaparecimento do técnico na DDPA. A família de Renato, mesmo chamada a registrar o caso na especializada, nunca compareceu à delegacia.

 

Eduardo Herculano da Silva

 

A delegada Elen Souto, titular da DDPA, pediu a prisão preventiva de seis suspeitos de participação nos homicídios: Aleksander de Oliveira Simões, o DG; Marllon de Souza Lins, o Kebinho; Eduardo Herculano da Silva, o Avião; Adriano de Souza de Freitas, o Chico Bento; Willian Augusto da Silva Soares, o Chuck; e Bruno Isidorio da Silva. Todos, segundo a polícia, têm envolvimento com o tráfico no Jacarezinho.

 

Willian Augusto da Silva Soares

 

Segundo os investigadores da especializada, apenas parte do corpo de Renato Garcia, que era conhecido como Napor, apareceu esquartejado, com diversas marcas de tiros e as mãos amarradas, boiando na Baía de Guanabara em 21 de agosto de 2019. Os restos mortais de Leonardo nunca foram encontrados.

 

Marllon de Souza Lins

 

O inquérito da DDPA não conclui se Renato pertencia ou não a uma milícia na Baixada. Leonardo, segundo uma informação recebida pelo Disque-Denúncia (2253-1177) que consta do inquérito, teria morrido porque os traficantes encontraram em seu bolso um esquema de monitoramento do Jacarezinho.

 

Bruno Isidorio da Silva

Fotos: Divulgação 

 

A delegada Elen Souto pede que a população do Jacarezinho ajude a polícia denunciando onde seria a localidade onde pode está o corpo de Leonardo. O anonimato é garantido:

 

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— Esse foi um crime brutal e cruel sem direito de defesa das vítimas. Todos os autores dessa barbaridade já estão identificados e indiciados. Agora, pedimos a ajuda da população: que os moradores daquela comunidade denunciem e nos digam onde possa estar o corpo do segundo rapaz (Leonardo). Neste momento, nos valemos da população para ajudar na localização dos restos mortais da vítima. A família dele merece enterrá-lo.

 

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