Homens se rendem à vaidade: aumenta o número de transplantes de barba

Na próxima semana, o videomaker Nicolas Salim, de 28 anos, realizará um sonho que cultiva desde a adolescência: ter barba. Isso só será possível graças a uma cirurgia de transplante de fios, procedimento cada vez mais popular entre os homens que desejam o visual com pelos no rosto. “Para outras pessoas isso talvez não seja importante, mas para mim sempre foi. Minha barba tem falhas e não cresce totalmente, fica com aquela aparência de sujeira”, afirma. “A barba é a maquiagem do homem. Será um divisor de águas na minha vida.”

Salim integra um grupo cada vez maior de homens que frequentam clínicas de especialistas em transplante capilar. Com base em estatísticas da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar, os implantes faciais de barba e bigode aumentaram cerca de 160% entre 2012 e 2019. Seja para corrigir imperfeições, cobrir cicatrizes ou apenas por razões estéticas, os homens estão aprovando os resultados. O custo para o procedimento pode variar de R$ 15 mil a R$ 50 mil, valores que provam que a vaidade masculina é um mercado cada vez mais lucrativo.

VAIDADE O designer Maurício Speranzini passou pelo procedimento há cinco anos: “nunca gostei de ter o rosto lisinho”, afirma 

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O transplante de barba inclui a técnica do FUE (Follicular Unit Extraction), método moderno e não invasivo, que retira folículos um a um de uma área doadora e os implanta em regiões da face. “Para um aspecto bom de densidade, é preciso, em média, 2.500 unidades foliculares”, explica Jurandir Carrascosa, médico cirurgião capilar e supervisor médico nacional da Mais Cabello.

Foto: Reprodução

O profissional destaca que é essencial alinhar as expectativas do paciente, que é avaliado para saber se possui uma área doadora adequada – pode ser da própria região da barba, do pescoço ou do couro cabeludo, como a nuca. O médico Mauro Speranzini, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, reforça que nem todos podem passar pelo processo. “Quem não produz fios em local algum não tem como fazer o transplante. Se o indivíduo optar por tirar do couro cabeludo, ele não pode sofrer de calvície androgenética, pois os fios tirados não nascem novamente”, alerta.

Quem passou pela avaliação inicial não se arrepende da intervenção. O designer Maurício Speranzini, de 61 anos, realizou a cirurgia em 2017. “Minha barba era muito desorganizada”, lembra. Ele conta que raspava os pelos todos os dias por não gostar das lacunas em seu contorno. “Nunca gostei de ter o rosto lisinho, me sentia obrigado a fazer isso todo dia.”

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Aos interessados, ele conta que não sentiu dor alguma e o pós-operatório foi tranquilo. “A região incha um pouco, mas não é um incômodo tão grande. Passei sem dificuldades.” A mudança de visual lhe agradou e elevou sua autoestima. “Gosto de deixar a barba curtinha. Ninguém nunca perguntou se eu tinha feito alguma coisa, o resultado é muito natural”. A vaidade masculina é mesmo um grande mercado.

Fonte: Isto É