27 de Maio de 2024 - Ano 10
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Internacional
28/10/2023

Investigação mostra que vazamento de dados ajudou Hamas a planejar ataques contra Israel

Foto: Reprodução

Documentos de planejamento do Hamas revelam que o grupo tinha um conhecimento surpreendente dos segredos do Exército israelense

Aqueles dez homens armados de Gaza sabiam exatamente como localizar e invadir o centro de inteligência israelense. Depois de cruzar a fronteira com Israel, o grupo seguiu para o leste em cinco motocicletas, com dois homens armados em cada uma delas, disparando contra carros civis que cruzavam seu caminho.

 

Dezesseis quilômetros depois, os integrantes do grupo terrorista Hamas abandonaram a estrada e adentraram um trecho de floresta, detendo-se do lado de fora do portão de uma base militar, que não estava sendo vigiada. Usaram uma pequena carga explosiva para destruir a barreira, entraram na base e até pararam para tirar uma selfie em grupo. Em seguida, mataram a tiros um soldado israelense desarmado que vestia camiseta.

 

Por um instante, os agressores pareciam indecisos sobre os próximos passos. Então um deles tirou algo do bolso: um mapa do complexo militar, organizado com um código de cores.

 

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Assim que se orientaram, encontraram uma porta destrancada para um edifício fortificado. Uma vez lá dentro, o grupo entrou em uma sala repleta de computadores, o centro de inteligência militar. Os atiradores mataram dois soldados que se escondiam debaixo de uma cama no quarto.

 

Essa sucessão de eventos foi capturada por uma câmera acoplada ao capacete de um dos atiradores, que acabou sendo morto mais tarde. O The New York Times analisou o vídeo e posteriormente confirmou a veracidade dos eventos por meio de entrevistas com autoridades israelenses e ao verificar as imagens gravadas pelos militares.

 

As filmagens fornecem detalhes chocantes de como o Hamas, o grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza, conseguiu surpreender e superar as Forças Armadas mais poderosas do Oriente Médio há três semanas — atravessando a fronteira, invadindo uma área de mais de 77 quilômetros quadrados, fazendo mais de 220 reféns e causando a morte de mais de 1.400 pessoas em um único dia, o mais mortal nos 75 anos de história de Israel.

 

Com um planejamento meticuloso e um conhecimento extraordinário dos segredos e das fraquezas de Israel, o Hamas e seus aliados dominaram toda a extensão da fronteira com Gaza logo depois do amanhecer, chocando uma nação que há muito tempo confia cegamente na superioridade de suas Forças Armadas.

 

O Hamas utilizou drones para destruir as principais torres de vigilância e comunicação ao longo da fronteira com Gaza, criando vastos pontos cegos para as forças militares israelenses. Com explosivos e tratores, a organização abriu brechas nas barricadas fronteiriças, possibilitando que 200 atacantes cruzassem na primeira onda, e outros 1.800 no fim do dia, segundo as autoridades. Em motocicletas e caminhonetes, os agressores invadiram Israel, assumindo o controle de, no mínimo, oito bases militares e cometendo ataques terroristas contra civis em mais de 15 vilarejos e cidades.

 

Documentos de planejamento do Hamas, vídeos que documentam o ataque e entrevistas com autoridades de segurança revelam que o grupo tinha um conhecimento surpreendentemente detalhado de como o Exército israelense operava, dos locais onde posicionava unidades específicas e até mesmo do tempo de resposta para o envio de reforços.

 

Os militares israelenses afirmam que, assim que o conflito chegar ao fim, passarão a investigar como o Hamas conseguiu romper suas defesas com tamanha facilidade.

 

REVELAÇÕES PERTURBADORAS

 

Mas, independentemente de as Forças Armadas terem sido negligentes em relação aos seus segredos ou terem sido infiltradas por espiões, as revelações já perturbaram autoridades e analistas, que questionaram como os militares israelenses — conhecidos pela excelência de seus serviços de inteligência — puderam inadvertidamente expor tantas informações sobre as próprias operações.

 

O resultado desse vazamento foi uma série chocante de atrocidades e massacres, no que o presidente israelense, Isaac Herzog, descreveu como o pior assassinato em massa de judeus em um único dia desde o Holocausto.

 

Isso abalou a aura de invencibilidade de Israel e provocou um contra-ataque israelense em Gaza, que matou mais de 1.900 palestinos em uma semana, ferocidade jamais vista no território.

 

Além disso, derrubou as suposições de que o Hamas, há muito tempo designado como grupo terrorista por Israel e por muitas nações ocidentais, gradualmente se tornara mais interessado em administrar Gaza do que em usá-la para lançar grandes ataques contra Israel.

 

O Hamas fez com que os israelenses pensassem que estava "ocupado com o governo de Gaza", disse Ali Barakeh, líder do Hamas, em entrevista à televisão, acrescentando: "O tempo todo, na surdina, o Hamas estava se preparando para esse grande ataque".

 

'CAPTUREM SOLDADOS E CIVIS'

 

Ao longo de toda a fronteira, os atiradores do Hamas já haviam invadido a maioria das bases fronteiriças israelenses, se não todas.

 

As imagens das câmeras fixadas no capacete dos atacantes, incluindo o vídeo do ataque ao centro de inteligência, mostraram os atiradores da altamente treinada brigada Nukhba do Hamas rompendo as barricadas de várias bases logo ao alvorecer.

 

Depois de entrar nas instalações, eles foram implacáveis, matando alguns soldados na cama, que ainda se vestiam com roupa íntima. Em várias bases, demonstraram um conhecimento preciso da localização dos servidores de comunicação e os neutralizaram, conforme relatou um oficial sênior do Exército israelense.

 

Com grande parte de seus sistemas de comunicação e vigilância inoperantes, os israelenses muitas vezes não conseguiam ver as tropas chegando, o que dificultou suas tentativas de pedir ajuda e reagir. Em muitos casos, não tiveram capacidade de se proteger, e o mesmo ocorreu com as comunidades civis vizinhas.

 

PLANOS DE COMBATE

 

Um documento de estratégia do Hamas, descoberto em um vilarejo pelos socorristas israelenses, revelou que os agressores estavam altamente organizados em unidades distintas, com objetivos claros e planos de combate bem definidos.

 

Um pelotão contava com navegadores, sabotadores e motoristas, enquanto unidades de morteiros permaneciam na retaguarda, prontas para fornecer cobertura aos atacantes, como mostra o documento.

 

O grupo tinha como alvo específico um kibutz, e cada atacante tinha instruções para invadir a aldeia por um ângulo específico. Eles tinham estimativas sobre o contingente das forças israelenses nos postos próximos, a disponibilidade de veículos e o tempo que levaria para que as forças de socorro israelenses chegassem até eles.

 

O documento é datado de outubro de 2022, sugerindo que o ataque foi planejado durante pelo menos um ano.

 

Em outros locais, outros membros do grupo estavam estrategicamente posicionados em cruzamentos de estradas importantes, aguardando a oportunidade de emboscar reforços israelenses, de acordo com quatro oficiais e autoridades de alto escalão.

 

Algumas unidades tinham instruções específicas para capturar cidadãos israelenses, com o propósito de utilizá-los como moeda de troca em futuras negociações de prisioneiros com Israel.

 

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O documento dava instruções de forma direta: "Capturem soldados e civis como prisioneiros e reféns para fins de negociação".

 

Fonte: R7

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