Exercícios funcionam mais como uma espécie de massagem e exigem muita disciplina e tempo
As redes sociais estão repletas de vídeos e depoimentos falando dos benefícios da ioga facial, a última tendência antienvelhecimento. No TikTok, vídeos sobre o assunto acumulam mais de 2 bilhões de visualizações. Mas será que funciona?
Os exercícios são realizados com o objetivo de tonificar e alongar os músculos faciais e geralmente envolvem esfregar, esticar ou puxar diferentes áreas do rosto, muitas vezes para atingir músculos específicos. No final, é mais uma massagem do que uma ioga de verdade. Os defensores garantem resultados que vão desde dar um brilho rejuvenescido à pele, a prevenir rugas e até levantar e esculpir rosto e pescoço.
Um estudo de 2018 realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Northwestern decidiu descobrir os reais benefícios da prática. A equipe recrutou 27 participantes com idades entre 40 e 65 anos para realizar exercícios faciais durante 30 minutos todos os dias ao longo de oito semanas. Depois desse período, tiveram que realizar os exercícios em dias alternados por mais 12 semanas.
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De acordo com os resultados do estudo, os participantes pareciam quase três anos mais jovens no final das 20 semanas. Os exercícios faciais “pareciam melhorar a plenitude facial média e inferior”, segundo os autores.
A palavra-chave aí é “parecia”. Embora interessantes, os resultados não podem ser generalizados: não houve grupo controle, o número de participantes foi pequeno e composto exclusivamente por mulheres de meia-idade, e 11 delas desistiram antes do final. Também não houve acompanhamento para verificar se algum dos participantes interrompeu a prática após o término do estudo e, em caso afirmativo, se algum benefício permaneceu.
Em outras palavras, há poucas provas científicas robustas para apoiar as alegações feitas nas redes sociais sobre efeitos antienvelhecimento drásticos. Além disso, a rotina é exigente (cutucar o rosto por 30 minutos todos os dias durante meses é muita coisa) e talvez seja por isso 11 pessoas desistiram do estudo.
“A menos que alguém esteja altamente motivado, é difícil sustentar esses exercícios faciais por um longo período de tempo e alcançar resultados”, disse Shilpi Khetarpal, dermatologista, segundo o IFLScience.
Fotos: Reprodução
Isso não quer dizer que a ioga facial seja totalmente inútil: só não vai necessariamente excluir suas linhas finas. É basicamente um nome moderno para uma massagem, que traz benefícios, como liberar a tensão muscular e estimular o fluxo sanguíneo da região — o que explicaria o “brilho” que algumas pessoas veem após realizar a ioga facial.
“Sempre que você traz fluxo sanguíneo para uma área, seus capilares (vasos sanguíneos) se movem, o que pode promover o relaxamento dos músculos e movimentar os fluidos”, explicou a massoterapeuta Vickie Bodner à Clínica Cleveland. “Às vezes, as pessoas ficam inchadas sob os olhos ou na região dos seios da face. Praticar automassagem no rosto pode ajudar a liberar fluidos indesejados.”
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Em resumo: se é agradável e ajuda a relaxar, a ioga facial pode ser para você. Se você não curte fazer, mas teme que as rugas apareçam se não realizar a yoga facial, fique tranquilo – não vai mudar nada.
Fonte: O Globo
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