26 de Abril de 2024 - Ano 10
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Manaus
04/07/2020

Lar de Vitórias busca parceiros para ampliar atendimento

40 crianças e adolescentes aguardam em fila de espera

A instituição, que nasceu do sonho do casal Kim de auxiliar no desenvolvimento de Pessoas Com Deficiência (PCD), completou cinco anos em 2020. O que, inicialmente, seria uma ajuda direcionada para um pequeno grupo de crianças cresceu em proporção geométrica por causa da demanda reprimida em Manaus. Atualmente, 130 PCD entre 3 e 17 anos recebem serviços gratuitos, mas a fila de espera está sempre em escala ascendente.


“O amor de Deus me uniu a estas crianças. Não tenho PCD na minha família, mas fiquei profundamente tocada quando vi a situação de mães e filhos que sofriam sem assistência. Quando alguém com problema motor não recebe atendimento especializado de fisioterapia, por exemplo, fica atrofiado, o que é muito difícil reverter. Me envolvi tanto que compartilho as dores e as alegrias de cada pequena vitória desses guerreirinhos”, relatou emocionada Jackeline Kim, diretora da instituição, que é mantida essencialmente com o salário dela e do marido.


O Lar de Vitórias, localizado na Rua Beatriz Portinari, nº 252 – Japiim, oferece, gratuitamente, atendimento com especialistas nas áreas de fisioterapia, assistência social, fonoaudiologia, pedagogia, psicopedagogia, odontologia. Os responsáveis procuram a entidade por iniciativa própria ou por encaminhamentos institucionais emitidos por órgãos das áreas de saúde ou assistência social. “Outras OSCs (Organização da Sociedade Civil) e também escolas que já conhecem o nosso trabalho, - quando identificam crianças com transtorno de espectro autista, síndrome de down, paralisia cerebral, algumas outras síndromes e patologias diversas-, elas nos encaminham”, explicou Janaína Batista, assistente social. “Não temos uma zona específica de atuação. Pais, mães da cidade inteira buscam pelos serviços da instituição. Claro que a grande maioria, até porque a dificuldade de acesso pelos PCD é muito grande, é aqui mesmo da Zona Sul”, pontuou a assistente social, Liliane Marinho.

 

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As famílias também participam do processo de evolução. Após as terapias, os responsáveis são convidados a ouvir as orientações dos profissionais para ampliar as chances de desenvolvimento. “Os profissionais indicam as atividades que as crianças devem desenvolver em casa para que não aja a regressão. Neste período de pandemia, o Lar de Vitórias realizou atividades on line com as famílias. Crianças hiperativas não podem ficar ociosas. Elas precisam extravasar a energia em atividades dinâmicas para não ficarem agitadas, ganhando qualidade de vida”, relatou a psicóloga Maria Júlia Ribeiro de Souza.


Nova ala

 

 

Originalmente, a instituição funcionava no andar superior. A partir de recomendações de órgãos da saúde, os administradores transferiram as atividades para o térreo onde antes era uma garagem. O local foi completamente remodelado a partir de doações como do Programa de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo. Para atender um maior número de crianças e adolescentes, os administradores estão construindo uma nova ala do Lar de Vitórias no que antes era o quintal. Mas ainda faltam recursos para concluir as cinco novas salas de terapia. “Operamos totalmente com doações. Fizemos bazar e outras ações para angariar recursos. Em virtude da pandemia, nossa feijoada ainda não tem data definida para acontecer. A Covid19 deu uma paralisada na nossa fonte, mas eu acredito muito em Deus e nas pessoas de bom coração. Nós vamos conseguir. Tá faltando mais as portas, a pintura das paredes. Quem puder nos ajudar será muito bem recebido aqui no Lar”, pediu.

 

Voluntários

 

Fotos: Divulgação


Sem verbas permanentes do poder público, vivendo de doações (que reduziram por causa na queda na economia devido à Covid19), o Lar de Vitórias busca mais voluntários na área de psicologia para atender no horário da tarde, quando o novo espaço ficar pronto. Além disso, busca com urgência um neurologista. A ausência do profissional no quadro da instituição tem impedido a atuação de novos voluntários como os dentistas. “É muito difícil um neuro para as crianças. Para pegar uma consulta no sistema público de saúde é muito difícil. Os neurologistas particulares cobram, em torno de, R$ 400 uma consulta. Esse valor é muito caro para as famílias que são de baixa renda e mal tem como se sustentar. O dentista não pode prescrever nesta área que é do neuro. Conseguimos agora dois dentistas voluntários, a doutora Bruna e o doutor Mike, que vieram de coração, mas estão limitados.

 

A dona de casa Francione Deodato de Oliveira penou para conseguir atendimento especializado para o filho autista que também possui TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). “Eu tava na luta desde que o meu filho tinha 2 anos de idade para conseguir um diagnóstico preciso. Quanto mais cedo, maiores as chances de desenvolvimento. Fiquei anos na rede pública atrás de fono. Fiz tudo o que pude fazer e não conseguia. O Lar de Vitórias foi uma benção. Aqui, eu consegui o especialista de graça. O som da máquina de cortar cabelo para o meu filho é aterrorizante. Imagina o da broca de um dentista? Para ele ir ao dentista, ele tem de ser dopado porque ele não fica parado. Além disso, o dentista precisa ter muita paciência. Mesmo pagando, é dificil encontrar uma profissional que sabe lidar com autistas e outras síndromes”, explicou a mãe do menino que está com 6 anos de idade e há 2 anos na instituição.

 

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O cirugião-dentista Mike Ezequias é um dos dois profissionais na área de odontologia que se comoveu com a situação das crianças e adolescentes. Ao visitar a instituição, foi cercado pelas mães que imploraram pelo atendimento. “Como ser humano, como profissional responsável e como pai de três filhos saudáveis, não tive como negar. Muitas destas crianças possuem problemas dentários que se acumulam há anos. Sofrem sem saber o motivo. Cada vez que recebo um deles no meu consultório, me sinto restabelecido de carinho e amor. É uma troca. Eu cuido dos dentes e eles da minha alma”, declarou emocionado. 

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