Demissão após o fim da licença-maternidade está entre os obstáculos enfrentados pelas mulheres no ambiente corporativo
Perder o emprego após a licença-maternidade é um medo que impacta 35% das mulheres no Brasil, de acordo com estudo feito pelo Empregos.com.br. Apesar do avanço do debate sobre equidade de gênero nas empresas e dos direitos previstos na CLT, a maternidade ainda é um ponto sensível para quem tem o desejo de ser mãe, mas que não pode ou não pretende abrir mão da carreira.
Esbarrando em aspectos culturais e estruturais, a postura do mundo corporativo diante da maternidade intensifica a insegurança das mulheres sobre como conduzir a carreira após a chegada dos filhos e, até mesmo, na decisão sobre ser ou não mãe. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) constatou este impacto em números: as saídas das mulheres do trabalho se iniciam imediatamente após o período de licença-maternidade. Depois de 24 meses do retorno da licença, quase metade delas está fora do mercado de trabalho e a maioria das saídas se dá sem justa causa e por parte do empregador.
Mãe de dois filhos e diretora de marketing da GT7, unidade de negócios do Grupo TODOS Internacional, da qual o Cartão de TODOS faz parte, Mariana Rangel avalia que a maternidade teve grande impacto em sua carreira, principalmente no retorno ao trabalho.
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“Na primeira gravidez, fiz um acordo e negociei a saída da empresa. Já na segunda, no meu primeiro dia de retorno, fui desligada. Se soubesse da decisão da empresa com alguma antecedência, poderia ter me preparado de outra forma e não teria sido tão traumático como foi, pois já havia organizado todo o esquema de apoio, deixei de amamentar para estar pronta para o retorno, em vão”, ressalta.
Foto: Reprodução
Para Gisele Morais, coordenadora de call center da GT7, a decisão de ser mãe trouxe um receio antes e depois da chegada dos filhos, em relação ao futuro de sua carreira. “A maternidade traz responsabilidades física, afetiva e intelectual e não é toda empresa que acolhe de forma receptiva essas questões, muitas vezes, isso é colocado, de forma velada, como se fosse um problema”, afirma.
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Sem rede de apoio após a licença-maternidade, ela conta que precisou se desdobrar para equilibrar o trabalho e o maternar. “Tive de recorrer a profissionais para cuidar das crianças, então, durante o trabalho, eu precisava fazer algumas pausas para ligar e ver como estava a adaptação. Tive muita sorte, pois meus gestores sempre me apoiaram”.
Fonte: Revista Veja