19 de Maio de 2024 - Ano 10
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31/12/2022

Lula encara um terceiro mandato repleto de desafios

Foto: Reprodução

Com a composição de seu ministério definida, o presidente Lula inicia neste domingo (1º) um terceiro mandato repleto de desafios: unir um país dividido, trazê-lo de volta à relevância internacional e combater a pobreza e a fome com uma economia fragilizada.


Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma “tarefa hercúlea” à frente do país de 215 milhões de habitantes, alertou seu vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

 

Segundo a equipe de transição de Lula, quatro anos de uma “gestão irresponsável” sob o comando de Jair Bolsonaro (PL) colocaram o Brasil em um estado lamentável: “situação de penúria” e “retrocesso” em diversos setores – políticas sociais, educação, saúde, meio ambiente.

 

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A composição do governo ‘Lula 3’ foi a que demorou mais tempo em 32 anos. Foram necessárias semanas de negociações espinhosas para acomodar os aliados de esquerda que o ajudaram a vencer as eleições, mas também de centro, cujo apoio será crucial no Congresso.

 

A Câmara dos Deputados e o Senado eleitos em outubro estão ainda mais à direita do que antes, o que não significa que o pragmático Lula não consiga governar, graças às suas alianças da extrema esquerda à centro-direita.

 

O BRASIL DEVE VOLTAR A SER FELIZ

 

Lula, no entanto, assumirá um país dividido e no qual 58 milhões de eleitores não votaram nele. Dois meses após a eleição, apoiadores de Bolsonaro seguem acampados em frente aos quartéis pedindo uma intervenção militar.A vitória do petista, que deseja que o Brasil “volte a ser feliz”, foi apertada: 50,9% dos votos contra 49,1% para Bolsonaro.


Lula também deve pacificar as relações com o Supremo Tribunal Federal (STF), pilar da democracia constantemente atacado e violentamente abalado pelas investidas de Bolsonaro. Antes mesmo de assumir o cargo, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), procurou os ministros da mais alta corte.

 

As primeiras medidas de Lula serão voltadas para meio ambiente, educação e igualdade racial, se o presidente seguir as recomendações de sua equipe de transição. Também deve restringir o acesso às armas, que explodiu no governo Bolsonaro.No cenário internacional, Lula precisará apostar mais do que nunca em sua popularidade no exterior para reconciliar o Brasil com todos os países que tiveram desentendimentos com Jair Bolsonaro.

 

A equipe de transição constatou “uma perda de prestígio do Brasil” no mundo, enquanto o país deve R$ 5 bilhões a diversas instituições internacionais, incluindo a ONU.A comunidade internacional espera de Lula gestos rápidos e contundentes sobre o clima e o meio ambiente após a destruição protagonizada durante o governo Bolsonaro, principalmente em relação à Amazônia. Na quinta-feira, o petista nomeou Marina Silva (Rede), um nome de peso e respeitado internacionalmente, para voltar a chefiar o ministério do Meio Ambiente.

 

“Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030”, prometeu Lula em novembro em discurso na COP27, no Egito.

 

Mas, para restaurar a credibilidade do Brasil, Lula terá que restabelecer os órgãos de fiscalização e combater todas as atividades ilegais, ao mesmo tempo em que lida com o poderoso lobby do agronegócio brasileiro.

 

DESAFIO FISCAL

 

 

Por fim, a situação econômica e social representará um grande desafio para Lula, cuja “prioridade é cuidar dos mais pobres”.

 

A aprovação pelo Congresso de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitirá ao novo governo financiar suas promessas de campanha por pelo menos um ano foi uma boa notícia.A chamada ‘PEC da transição’ permitirá o pagamento do “Bolsa Família” no valor de 600 reais/mês para as famílias mais pobres, superando o teto dos gastos públicos. Lula também poderá aumentar o salário mínimo.
Cerca de 125 milhões de brasileiros sofrem de insegurança alimentar, enquanto mais de 33 milhões passam fome.

 

A PEC da transição, no entanto, “não resolveu seu maior desafio nos próximos anos: o problema fiscal”, analisa Joelson Sampaio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Lula irá “ampliar os gastos sem expectativa de receita na mesma medida, e com o desafio adicional de fazê-lo sem aumentar impostos”, acrescenta Sampaio, em um cenário de desconfiança dos mercados, receosos com uma possível explosão da dívida pública – já em 77% do PIB – sob um novo governo petista.

 

Para Alex Agostini, economista-chefe da consultoria Austin Rating, “o novo governo terá que propor um quadro de controle fiscal concreto e eficiente” no intuito de evitar “uma perda de confiança que cause um efeito dominó na economia”.

 

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“Outro desafio será manter a recuperação do emprego e um controle da inflação em um cenário de desaceleração econômica global”, explica Agostini. A taxa de desemprego está em 8,3%, a mais baixa desde 2015.As preocupações com a economia foram a prioridade dos eleitores de Lula.

 

Fonte: Revista Fórum

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