Mãe de Navalny ainda não viu o corpo do filho morto e foi barrada em necrotério

A mãe de Alexei Navalny, opositor do presidente russo Vladimir Putin que morreu subitamente na última sexta-feira, ainda não viu o corpo do filho morto. Nesta segunda-feira, ela visitou o necrotério em uma cidade próxima da prisão no Ártico onde ele estava detido, mas sua entrada não foi autorizada. Segundo a BBC, os funcionários nem mesmo confirmaram se o corpo de Navalny estava sendo mantido lá.

A equipe de Navalny diz que seu advogado foi expulso do prédio, e que o comitê investigativo prorrogou a investigação sobre a morte dele. Não há prazo para os resultados, e nenhuma explicação oficial para o atraso na determinação da causa de sua morte foi oferecida. Como resposta, a equipe do opositor tem acusado as autoridades de tentar encobrir o que aconteceu. Eles desejam verificar se há sinais de lesão externa. Nesta segunda, a viúva de Navalny, Yulia, disse que Putin matou seu marido.

— Três dias atrás, Vladimir Putin matou meu marido, Alexei Navalny — afirmou ela, que segurava as lágrimas em discurso em vídeo.

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No domingo, um relato publicado pelo jornal Novaya Gazeta Europe indicou que o corpo de Navalny teria sinais de hematomas. A agência de notícias conversou com um funcionário da ambulância em Salekhard, perto da prisão onde ele morreu. Conforme o paramédico, os danos encontrados no corpo do político “ocorrem devido a convulsões”, e teria sinais de que os médicos da prisão tentaram ressuscitar Navalny.

Não está claro, porém, se já foi realizada uma autópsia. Ao anunciar a morte, o Serviço Penitenciário Federal afirmou que ele “sentiu-se mal após uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência”. Médicos da instituição teriam sido chamados, e “todas as medidas de reanimação necessárias foram realizadas, mas não tiveram resultados positivos”. O órgão afirmou que as causas da morte eram investigadas.

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No sábado, a porta-voz do ativista, Kira Yarmysh, confirmou a morte. Em uma publicação no X, ela escreveu: “Alexei Navalny foi assassinado. Sua morte ocorreu no dia 16 de fevereiro, às 14h17, horário local, segundo mensagem oficial à mãe de Alexei”. Ela também exigiu que os restos mortais do ativista fossem “entregues imediatamente à sua família”. 

Fonte: O Globo