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13/01/2020

Marido que exige sexo no resguardo não é só na novela: 5 coisas que todas devem saber!

Foto: Reprodução

Marido que exige sexo no resguardo não é só na novela: 5 coisas que todas devem saber!

Após a surpresa de que teriam um filho, Verena e Álvaro - personagens de “Amor de Mãe” (Rede Globo) interpretados por Maria e Irandhir Santos - ficaram juntos, mas a relação dos dois começou a desandar após o nascimento do bebê.

 

Isso porque, mesmo no período de resguardo, Álvaro insiste em fazer sexo com Verena, situação que, apesar de ser comum entre casais, deve ser combatida.

 

“Amor de Mãe”: Verena nega sexo e Álvaro se irrita.

 

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Em um capítulo exibido nos últimos dias, Verena aparece sentada na cama ao lado do filho, Álvaro Junior., quando o marido começa a beijá-la de forma sugestiva. Sem vontade, a moça avisa Álvaro que está de resguardo (período do pós-parto em que a mulher recebe orientações médicas para não ter relações sexuais), mas isso não faz com que ele desista do que quer.

 

“Eu sei, acho que a gente pode brincar um pouco, se distrair”, afirma o empresário, que segue acariciando a mulher. Ela então lembra que, no puerpério, há mais do que o resguardo.

 

“Está difícil sensualizar com meu peito saindo leite”, diz ela, e Álvaro então sugere que eles passem a alimentar o filho com fórmula. “O Junior vai tomar leitinho em pó, tá? O papai quer o peitinho dele de volta”, afirma.

 

 

Cansada, Verena dá uma resposta dura a Álvaro, deixando claro que eles não devem voltar a fazer sexo por um certo período. “Vereninha morreu por um tempo, tá? Por enquanto, eu sou a mãe do Álvaro Junior”, disse, e o empresário então se revolta, dando a entender que, quando homens cometem traições, a “culpa” pode ser das esposas, e não deles.

 

“Eu podia estar na rua fazendo farra, mas não, estou aqui tentando. Depois diz que homem não presta, que homem é canalha, que homem é isso, é aquilo… Na verdade eu só quero é transar com a minha esposa, é pedir demais?”, questiona ele, voltando a insistir com carinhos. Verena, no entanto, não cede, e ao pedir conselhos para uma amiga, ouve que “seu casamento vai acabar”.

 

Posteriormente, a “ameaça” de Álvaro se concretiza e, mesmo pouquíssimo tempo após se tornar pai, ele começa a trair a esposa e se envolver com Estela (Letícia Lima).

 

 

5 coisas que toda mulher deve saber sobre resguardo e "exigência" de sexo

 


Infelizmente, a cena exibida na novela é ainda muito comum na vida real e, além de ser um desrespeito à mulher, ainda pode ter desdobramentos criminosos, já que há inúmeros casos de violência doméstica cometida após a recusa do sexo neste período.

 

Abaixo, listamos o que todas as mulheres precisam saber sobre este tema:

 

1. Resguardo: o que é?

 

 

Após dar à luz, a mulher entra em um período chamado resguardo em que, durante 40 dias, alguns hábitos são vetados (e outros desaconselhados). O sexo, por sua vez, é um desses hábitos e, de acordo com Maurício Sobral, ginecologista e obstetra do Hospital Vila Nova Cachoeirinha, isso ocorre simplesmente porque transar no resguardo pode ser perigoso para a saúde da mulher.

 

Mesmo que a mãe tenha um parto natural tranquilo, o canal vaginal sofre modificações como diminuição da lubrificação e surgimento de pequenas feridas - algo que torna o sexo contraindicado nesse período.

 

“A penetração pode doer, machucar e até causar uma infecção”, explica o médico, afirmando que o mesmo vale para quem tem parto cesáreo.

 

“Nas que fizeram cesárea, além do risco de infecção, pode haver ferimentos na incisão abdominal que está sensível e em processo de cicatrização”, explica o médico, lembrando que, apesar de ser mais difícil devido ao fato de que os hormônios demoram a voltar ao normal, é, sim, possível que a mulher engravide durante o resguardo. Além disso, ela também não deve dirigir ou praticar exercícios pesados.

 

 

2. Queda da libido no pós-parto é normal e vai além do resguardo

 


Embora haja exceções, em geral, a mulher costuma perder a vontade de fazer sexo não só durante o resguardo, mas também durante o período de amamentação - algo que tem explicações tanto fisiológicas quanto psicológicas e ligadas à nova rotina que o casal passa a viver após a chegada do bebê.

 

Conforme explica Gabriela Pavani Daltro, psicóloga e terapeuta sexual da plataforma Sexo Sem Dúvida, tanto pelo ato e dar à luz quanto devido à amamentação, o corpo da mulher passa por uma série de alterações hormonais que naturalmente a fazem ficar mais focada no filho.

 

“Com o aumento de um hormônio chamado prolactina, responsável pela formação do leite, existe, concomitantemente, uma queda da testosterona, hormônio responsável pelo desejo sexual. A natureza é muito sábia: ela diminui seu interesse sexual e foca sua atenção no cuidado com o bebê”, afirma ela.

 

 

Além das variações hormonais (que podem perdurar durante toda a amamentação), a especialista lembra ainda que, após a chegada de um bebê, há uma transformação intensa tanto na vida da mãe quanto na dinâmica do casal que, agora, tem uma grande responsabilidade. “Ela vai sentir mais cansaço, o sono fica bagunçado e isso mexe com todas as funções do corpo - inclusive a função sexual”, afirma Gabriela.

 

Mesmo que a transformação hormonal e o cansaço não prejudiquem tanto a libido feminina, a psicóloga lembra que é possível que a maternidade afete a vida sexual da mulher em outro sentido. “Às vezes até existe vontade, mas não existe energia, iniciativa”, afirma a especialista.

 

Por fim, há também a questão de que, após passar por uma gravidez, o corpo da mulher não é mais o mesmo, e ela pode sofrer com problemas de autoestima por não conseguir recuperar a forma física de antes da gestação. A autoestima, por sua vez, está bastante ligada à libido, e pode derrubá-la ainda mais durante este período.

 

 

3. Culpa e o direito de dizer “não”

 


Ainda que o resguardo seja uma recomendação médica que visa a saúde da mãe e que o puerpério cause mesmo uma queda na libido, a psicóloga afirma que é bastante comum as mulheres se sentirem culpadas pela falta de vontade de fazer sexo e a consequente insatisfação de seus parceiros. “A culpa pode acontecer porque a mulher está vendo o parceiro tendo uma vontade que ela se sente incapaz de atender”, afirma.

 

Além disso, também é possível que a culpa seja gerada por um conflito interno da mulher quando ela até tem desejo sexual, mas seu corpo não acompanha. “Muitas vezes a cabeça quer, mas o corpo não aguenta, não tem vontade”, explica a especialista, lembrando, porém, que o fator social e o tabu em torno da questão também têm vez na culpa sentida pela mulher.

 

“Existe uma demanda ainda machista e patriarcal de que a mulher tem que ‘comparecer’, de que ela tem que ter desejo, vontade”, afirma ela, e a também psicóloga Ellen Moraes Senra complementa. “Essa pressão é muito cultural. Além do período do resguardo, tem essa questão de que, se a mulher não ‘der conta’, não ‘comparecer’ sexualmente, ela vai ser abandonada”, afirma a especialista.

 

 

A mulher, no entanto, tem o direito de dizer “não” para o parceiro tanto após o período do resguardo (que muitos homens não respeitam, apesar da proibição médica) como em qualquer outro momento da vida. “Muitas mulheres desrespeitam o próprio desejo sexual para serem as mulheres que os outros esperam que elas sejam. Isso não traz ganho nenhum para ela e, teoricamente, não deveria trazer nem para o parceiro”, diz Ellen.

 

4. Por que homens têm dificuldade em compreender?

 


Tanto as mudanças hormonais e físicas pelas quais a mulher passa quanto o resguardo são fatores bastante claros, mas, mesmo assim, situações como a vivida por Verena em “Amor de Mãe” não são raras - e, por vezes, têm consequências ainda mais extremas, como nos casos em que o homem responde com violência psicológica e até física à situação.

 

Segundo Gabriela, embora isso não justifique atitudes extremas e violentas, a falta de compreensão de boa parte dos homens quanto à queda da libido no pós-parto se deve a algo simples: enquanto a mulher passa por transformações hormonais e físicas ao longo de toda a vida e é a única que vive isso na pele durante a gravidez, eles não têm essa vivência.

 

 

“A libido da mulher tende a variar mais por conta de fatores biológicos, e o corpo do homem, em geral, entra na puberdade e depois mantém certa estabilidade no seu desejo, na sua libido, então é mais custoso para o homem entender o quanto essas mudanças físicas que vêm com a gravidez e o parto impactam todo o bem-estar dela - e que isso impacta o desejo, a vontade, a disposição”, afirma Gabriela.

 

Conforme explica a especialista, essa falta de compreensão tende a aumentar com o passar do tempo. “Às vezes o parceiro quer um contato, quer estar próximo. O momento do sexo não é só uma questão de extravasar energia, é também um momento de conexão, de a ver como mulher. Existe essa sensação de rejeição e abandono quando a falta da libido se torna prolongada”, diz a psicóloga.

 

5. Situação não se resolve com ameaça de traição

 


De acordo com Gabriela, a frustração e o sentimento de rejeição é justamente o que motiva alguns homens a desenvolver a necessidade de buscar afeto e satisfação fora do casamento, mas esta não é a saída e uma ameaça como a feita por Álvaro à esposa nunca deve ser cogitada - especialmente quando a mulher ainda está no resguardo e ainda não houve tempo para o casal se ajustar à nova vida.

 

 

Segundo Ellen, quanto menos planejada for a gravidez (como é o caso da novela), maior é a incompreensão do parceiro, e isso, de acordo com as duas especialistas, se deve ao fato de que o assunto é um tabu e, muitas vezes, os pais não recebem informações sobre as consequências da chegada de um bebê. É importante, em primeiro lugar, entender que o casal já não é mais o mesmo em todos os sentidos.

 

“Falando da parte erótica e sexual, o corpo da mulher passa por uma transformação completa. Existe todo um contato dessa criança com o seio, com o corpo nu da mãe, então até mesmo a necessidade de contato físico básico dela vai mudar. Os pontos em que antes ela gostava de ser tocada vão mudar, todo o mapa erótico dela muda com a gravidez, o parto e uma criança”, explica Gabriella.

 

Tudo isso, segundo a psicóloga, gera uma necessidade tanto de informar melhor os casais quanto de uma melhora no diálogo entre os parceiros. Juntos, eles podem entender quais fatores não hormonais estão derrubando a libido da mulher a longo prazo, bem como desenvolver empatia um pelo outro e encontrar novas formas de se relacionar que agradam a ambos.

 

 

“A gente sabe que isso já é um tabu social, mas entre o casal, na intimidade, não pode ser. Um relacionamento, para que seja minimamente bem-sucedido, precisa ter um diálogo aberto. É necessário que os parceiros compreendam um ao outro, sintam que podem conversar sobre qualquer assunto”, afirma Ellen, e tanto ela quanto Gabriela indicam a busca do máximo de informações quanto for possível.

 

“A gente pode conscientizar melhor os casais a partir da informação sobre como a libido funciona, sobre o que você pode ou não esperar durante a gravidez, o resguardo e a amamentação, sobre mudanças na rotina, a distribuição de tarefas, sobre as mudanças que o casal pode fazer no espaço da casa para preservar a privacidade, sobre a adaptação em relação ao sono, entre outros”, explica a especialista.

 

Conforme as dificuldades aparecem, as especialistas indicam a terapia sexual e de casal para mediar o diálogo. “Chega um terceiro elemento, mas o casal ainda é a base da dinâmica. É importante que eles não se esqueçam de olhar para esse aspecto, voltem a fazer coisas que são do casal - e isso vai além do sexo. A ajuda que existe é a informação e a terapia com um profissional especializado”, afirma Gabriela.

 

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