03 de Maio de 2024 - Ano 10
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25/08/2022

Ministério Público apura se Jerominho foi morto por tentar expandir e retomar seus domínios na Zona Oeste do Rio

Foto: Reprodução

A subcoordenadora do Gaeco, Roberta Laplace, afirmou, após uma operação contra a milícia chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que o bando estava descontente com a expansão de rivais. O Ministério Público do Rio apura se partiu do miliciano a ordem para matar o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, em 4 de agosto. Diálogos extraídos de quatro celulares de Rodrigo dos Santos, o Latrel, tido como o Zero Dois do grupo, indicam que eles queriam matar Jerônimo e Natalino José Guimarães por estarem ampliando seu território e retomando antigos domínios na Zona Oeste.

 

— Não dá para afirmar categoricamente. O que descobrimos nessa operação, que foi analisada de um tempo, é que eles estavam enfurecidos com a expansão do Jerônimo e do Natalino. Eles estavam enfurecidos e reclamavam nas mensagens. Latrel chegou a dizer que "tinham que resolver esses velhos do car*** "— relatou a promotora durante entrevista nesta quinta-feira.

 

Antes de assumir o controle da quadrilha, Zinho cuidava da contabilidade e da lavagem de dinheiro, enquanto o comando era exercido por seu irmão, Ecko. Já Tandera era homem de confiança de Ecko, com a missão de expandir o território da quadrilha para a Baixada Fluminense, região que hoje domina.

 

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De acordo com a promotora, o bando de Zinho estava reclamando e chateado com essa suposta "expansão da velha guarda da milícia” em diversas regiões da Zona Oeste.

 

— Essa investigação faz parte da análise dos aparelhos apreendidos com Latrel. Ele foi preso em março deste ano e, a partir disso, foi feita a análise e a extração dos diálogos. O núcleo de investigações sensíveis da PF fez uma análise e identificou 23 integrantes dessa milícia — destacou.

 

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio (MPRJ) deflagraram nesta manhã uma operação para prender Zinho. Dos 23 mandados de prisão temporária expedidos, oito foram cumpridos, e ao menos uma dessas pessoas foi levada para a sede da PF. Geovane da Silva Mota, o GG, apontado também como um dos chefes dessa milícia, foi preso em um hotel de luxo na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. O juízo da 1ª Vara Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital ainda expediu 16 mandados de busca e apreensão, todos na região da Zona Oeste.

 

— Vamos analisar o material apreendido hoje para saber se o Zinho ordenou a morte de Jerônimo. O que sabemos é que eles estavam insatisfeitos e não descartamos que ele tenha sido morto a mando de Zinho. Mas isso precisa ser apurado — salientou Roberta Laplace.

 

O MP destacou que, com a análise dos quatro aparelhos de celulares, foi possível notar que o grupo paramilitar “estava a todo vapor”.

 

— Notamos o pagamento de propina desde postos de gasolinas até os pequenos comerciantes. Além disso, existia o pagamento de propina para policiais militares, policiais penais e uma troca de mensagem infinita com PMs de batalhões da região da Zona Oeste.

 

O Ministério Público do Rio identificou que os paramilitares fazem assinaturas de bancos de dados vendidos irregularmente e também têm acesso aos bancos de dados oficiais, acessados por agentes subornados por eles. De dentro da cadeia, os milicianos tiveram acesso às informações de um preso que sairia recentemente.

 

— Presos, de dentro da cadeia, enviavam zilhões de mensagens. Mandavam matar desafetos, mandaram extorquir. Tem um diálogo muito chocante que eles pedem para levantar um traficante e eles têm acesso a dados desse traficante que havia sido fichado na Seap — destacou a promotora.

 

A ex-vereadora Carminha Jerominho, filha de Jerominho e sobrinha do ex-deputado Natalino Guimarães, rebateu a fala da promotora Renata Laplace. Carminha afirmou que o pai apenas estava à frente de um projeto social e que, “se estivesse retomando algo, andaria com um monte de seguranças”.

 

— Ela (a promotora) disse que, através de extrações de mensagens, o meu pai estaria correndo perigo de vida, né? Quando o meu pai morreu, estavam ele e um velhinho na frente do projeto social dele. Quem está retomando, quem está querendo pegar alguma coisa de alguém está sozinho? A minha casa é a 100 metros dali. O meu pai ia e vinha andando. (Se ele) estivesse retomando algo, como eles alegam que retomou, ele não estaria com um monte de seguranças? Ele não estaria sozinho. Não tem lógica isso de dizer que estava retomando. Eles não têm o que falar. Estamos indignados (com a declaração do MP) — afirmou a ex-vereadora, que prosseguiu:

 

— Eu já vi que está nas mãos dos promotores que estavam investigando o sangue do meu pai. Se eles sabiam que ele corria risco de vida, que o meu tio corre risco de vida, por que eles não chamaram a gente? Eles permitiram isso acontecer. O sangue do meu pai está nas mãos dos promotores que sabiam e não chamaram a gente. Meu pai, um velho, um idoso, estava fazendo assistência social. Toda hora ele estava doente. Meu pai e meu tio não estariam ali se tivessem retomado alguma coisa — destacou.

 

Carminha diz acreditar que o assassinato de seu pai pode ter sido causado por motivação política:

 

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— Eles (do bando do Zinho) poderiam estar incomodados com a parte política. Latrel, Zinho e Garça apoiam um candidato específico. A parte política poderia estar incomodando. Eu acredito que a morte dele foi política. 

 

Fonte: Extra Online

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