A iniciativa busca apurar as origens dos incêndios, identificar os responsáveis e avaliar as medidas tomadas até o momento
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do promotor de Justiça de Cachoeira do Arari (PA), Alexandre Rufino de Albuquerque, abriu um procedimento para investigar as queimadas de grandes proporções que vêm ocorrendo nas proximidades da PA-154, no município de Cachoeira do Arari (PA), localizado no Arquipélago do Marajó. A iniciativa busca apurar as origens dos incêndios, identificar os responsáveis e avaliar as medidas tomadas até o momento.
A situação alarmante não se restringe a Cachoeira do Arari. Em toda a região do Marajó, as queimadas têm provocado impactos ambientais e na saúde da população, sobretudo em crianças e idosos.
A fumaça resultante dos incêndios está ligada ao aumento de doenças respiratórias e à má qualidade do ar, afetando diretamente a vida dos moradores.O tema também integra a pauta do Fórum Estadual de Combate ao Uso e Impactos de Agrotóxicos, presidido pelo MPPA, que discute a vulnerabilidade socioambiental no arquipélago.
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PANORAMA MARAJOARA
O Observatório do Marajó divulgou um panorama, no qual alguns municípios marajoaras demonstram a falta de políticas e ações de combate, prevenção às queimadas e proteção de comunidades. A organização da sociedade civil trabalha para fortalecer as lideranças de comunidades tradicionais, ribeirinhas e marajoaras, por meio de análise de dados.
Foto: Reprodução
De acordo com o levantamento, Portel (PA) foi o município paraense mais afetado por queimadas em outubro e novembro de 2024, registrando 797 focos apenas no último mês, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apesar disso, a cidade não possui uma sede do Corpo de Bombeiros, deixando a população desassistida no enfrentamento dos incêndios. Cercada por fumaça, Portel também enfrenta uma crise de saúde pública, com o aumento significativo de problemas respiratórios.
MOBILIZAÇÃO EM BREVES
Em Breves (PA), a sociedade civil se mobilizou em novembro contra a intensa fumaça que encobriu o município. No dia 14 daquele mês, moradores organizaram um ato público para cobrar ações concretas das autoridades. Documentos foram protocolados junto à prefeitura e outras instituições, exigindo medidas efetivas para combater os incêndios e garantir o direito básico de respirar.
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No Quilombo do Costeiro, em Oeiras do Pará, a população tem enfrentado sozinha os incêndios que devastam a vegetação nativa. Segundo lideranças locais, o município também carece de uma unidade do Corpo de Bombeiros, expondo a ausência de políticas públicas que apoiem as comunidades na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
Fonte: Revista Cenarium