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01/11/2020

MORTALIDADE GERAL JÁ VOLTOU A NÍVEL 'NORMAL' EM MAIS DA METADE DO PAÍS

Foto: Reprodução

Numero geral de óbitos sugere fim da primeira onda da Covid-19 em 15 estados brasileiros; leitos desativados viram risco para um possível rebote da doença

Após passarem pelo pico de mortalidade por Covid-19 na pandemia, 15 das 27 unidades da federação já registram um número de óbitos mais perto do esperado. Nesses estados, o total de mortes em setembro não ficou mais do que 10% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior.

 

O indício de retração, neste caso, considera todas as mortes registradas no país, não só aquelas com diagnóstico de Covid-19. E vem acompanhado de sinal de alerta, com alguns estados voltando a registrar mais casos da doença e com o medo no Brasil de uma repetição da segunda onda europeia.

 

O cenário de pandemia menos brutal, mas ainda preponderante, está nos números do Portal da Transparência do Registro Civil. Como os dados demoram a se consolidar.

 

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— Interpretar dados de mortalidade requer um cuidado muito grande, mas nesta pandemia nós vimos números muito altos, que só podem ser explicados pela Covid-19 — afirma Maria Amélia Veras, professora da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. — Mas de fato, agora, de modo geral, tem havido diminuição da mortalidade por Covid-19.

 

Cenários regionais


Entre os estados onde o nível de mortalidade voltou relativamente ao normal não estão Rio e São Paulo, ainda com mais de 12% do nível registrado em 2019.

 

A região onde a mortalidade está mais longe de voltar ao normal é o triângulo Goiás-Tocantins-Distrito Federal, onde há um mês havia ainda cerca de 40% mais mortes do que no ano anterior.

 

Medronho, porém, pondera que, nos estados com pior infraestrutura, a notificação demora mais, e dados de setembro podem estar ainda um pouco subestimados.

 

Um estado anômalo é o Rio Grande do Sul, que, mesmo registrando alguns casos da Covid-19, não teve excedente de mortes acentuado.

 

— Lá caiu o número de mortos por influenza nesta época do ano, mas ele foi substituído pela Covid-19 — explica Paulo Lotufo, epidemiologista da USP.

 

Para ele, o desafio agora é explicar ao público que o problema não acabou, e o risco de segunda onda é real:

 

— Se tem lugar em que o governo negou que a Covid-19 existisse, imagine agora que já está passando a primeira onda.

 

Enquanto alguns estados não viram ainda o fim da primeira onda da Covid-19, outros já se deparam com preocupação sobre a próxima, vendo de longe a Europa se retrair sob a segunda onda.

 

Com grandes cidades já tendo desmontado hospitais de campanha e realocado leitos de UTI, o receio é que essa estrutura precise ser remontada logo caso a epidemia sofra mesmo um rebote. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 51% dos mais de 15 mil leitos de UTI habilitados pelo Ministério da Saúde desde abril estão vencidos ou desativados.

 

Para Gonzalo Vecina Neto, sanitarista da USP, essa desativação súbita preocupa, pois antes da pandemia o SUS já tinha déficit de leitos.

 

De acordo com o pesquisador do Observatório Covid-19, da Fiocruz, Daniel Villela, outubro foi o primeiro mês em que todos os estados ficaram com a taxa de ocupação de UTI para Covid-19 abaixo de 80%.

 

— Ocupação de 80 a cada 100 leitos é margem pequena de segurança — afirma.

 

Para Vecina, a falta de testagem para Covid-19 e de equipamentos de proteção também precisa ser sanada.

 

O Ministério da Saúde afirmou que até o dia 24 de outubro foram distribuídos 7,9 milhões de testes RT-PCR e mais de 4,8 milhões foram realizados, mas não informou quantos estão em estoque neste momento. “A pasta distribui os testes conforme a capacidade de armazenamento dos estados”, informou em nota.

 

Médica e coordenadora do FGV Saúde, Ana Maria Malik diz que o país tem mais experiência clínica e administrativa para enfrentar uma segunda crise, mas diz que a logística preocupa:

 

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— Não temos o direito de sermos pegos de surpresa novamente.

 

O Globo

 

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